84. Não mantenho mais minha boa imagem
Antes de eu nascer, meu pai faleceu por conta de uma doença, deixando minha mãe para criar cinco filhos sozinha, lutando para sobreviver. Ninguém no vilarejo nos respeitava. Desde minhas primeiras lembranças, minha mãe vivia nos ensinando: “Uma pessoa deve ter dignidade. Embora sejamos pobres, não devemos perder nosso espírito”. “‘Um homem deixa seu nome onde quer que passe, assim como um ganso deixa seu grito onde quer que voe.’ Você deve deixar um bom nome em vida. Se você não tiver uma boa reputação, qual é o sentido da vida? Aonde quer que você vá, deve causar uma boa impressão nas pessoas. Faça o que fizer, não deixe que as pessoas falem mal de você. Em vez disso, faça com que se lembrem de sua bondade”. Sob a orientação sincera e prolongada de minha mãe, o ditado “um homem deixa seu nome onde quer que passe, assim como um ganso deixa seu grito onde quer que voe” criou raízes profundas no meu coração. Ele se tornou o norte de minha conduta e comportamento, e eu me importava demais com minha imagem aos olhos dos outros em tudo que fazia. Lembrei-me de quando era adolescente e ouvi minha cunhada reclamar que minha mãe e minha irmã mais velha não ajudavam a tomar conta dos filhos dela. Pensei que não podia permitir que ela falasse mal de mim pelas costas e, por isso, tomei conta das crianças de forma proativa, lavando suas roupas e alimentando-as. Posteriormente, minha cunhada sempre me elogiava na frente dos outros, dizendo que eu era a melhor da minha família. Os moradores do vilarejo também me elogiavam. Ouvir tudo aquilo me deixava muito feliz. Depois que me casei, minha sogra ficou acamada, e, depois que cuidei dela por algum tempo, meu corpo ficou sobrecarregado. Quando fui visitar minha mãe, reclamei com ela, que me aconselhou: “Você precisa ser boa para sua sogra; não pode deixar uma má reputação”. Ao ponderar sobre as palavras de minha mãe, concordei com ela. Viver a vida é, de fato, deixar um bom nome, evitando uma má reputação. Minhas duas cunhadas e eu deveríamos nos revezar nos cuidados com minha sogra, mas para forjar uma boa reputação no vilarejo, tomei para mim a responsabilidade de cuidar dela sozinha por dez anos, até ela falecer. Recebi elogios dos moradores e a boa reputação que desejava.
Quando passei a ter fé em Deus, continuei a me lembrar dos ensinamentos de minha mãe. Eu me importava muito com as avaliações que os irmãos da igreja faziam de mim e temia que qualquer erro meu pudesse causar uma má impressão. Naquela época, eu buscava minha fé com fervor, lendo diligentemente a palavra de Deus e participando da comunhão de forma ativa durante as reuniões. Logo dei início ao meu dever como líder de igreja. Para manter uma boa imagem no coração dos irmãos, concentrei-me ainda mais em comer e beber a palavra de Deus para que eles me vissem como alguém que sabia comunicar a verdade e era uma líder competente. Também me esforcei muito para manter um bom relacionamento com meus co-obreiros. Sempre que pediam minha ajuda, eu fazia meu melhor para ajudá-los. Às vezes, eles faltavam às reuniões de grupo por motivos pessoais ou traziam questões não resolvidas para mim e pediam que eu me comunicasse para abordar os problemas, em vez de eles mesmos resolvê-los. Assumi essas tarefas também. Devido ao aumento da carga de trabalho, eu saía de casa cedo e voltava tarde todos os dias. Na verdade, eu não queria estar tão ocupada todos os dias. Sem falar que meu marido me impedia de desempenhar meus deveres e costumava me repreender quando eu chegava em casa. Apesar de me sentir amargurada e exausta, eu sempre prometia ajudar meus co-obreiros, por mais difícil que fosse, para manter a boa opinião deles sobre mim. Sempre que os irmãos tinham queixas sobre a vida ou dificuldades em seus deveres, eles vinham até mim, e eu os consolava e encontrava algumas palavras de Deus para me comunicar com eles. Na igreja, eu recebia elogios unânimes dos irmãos.
Certa vez, quando eu estava conversando com a irmã Zheng Lu sobre meu estado, ela mencionou que vários irmãos haviam dito que eu era arrogante e tinha um tom de voz ríspido. Fiquei atônita e tentei adivinhar quem tinha essa opinião sobre mim. Refletindo sobre cada interação que tive com os irmãos, lembrei-me de que, ao lidar com uma carta de denúncia havia pouco tempo, sem verificar os detalhes, eu formei, às pressas, uma certa caracterização com base nas minhas noções e imaginações, e forcei os outros a concordar com ela. De fato, eu fui arrogante e convencida, mas ver que os irmãos tinham essa opinião sobre mim foi algo difícil de aceitar, que me deixou muito abatida e pensando: “Eu sempre achei que tinha uma imagem ótima no coração dos irmãos, mas ela acabou se mostrando bem ruim. Isso é realmente humilhante! Como poderei encará-los no futuro?”. Num instante, meu humor desabou e fiquei no fundo do poço, sentindo-me muito frustrada, com a mente cheia de pensamentos sobre aquelas opiniões negativas a meu respeito. Naquela noite, fiquei me revirando na cama sem conseguir dormir e chorei em silêncio. Cheguei até a pensar em desistir de meu dever. Fiquei totalmente desanimada, como se o vento tivesse sido tirado das minhas velas. Para recuperar minha imagem no coração dos irmãos, quando voltei a participar de reuniões, prestei uma atenção especial ao meu tom de voz e às minhas expressões. Quando me dirigia a eles, tentava falar num tom suave e gentil. Ao perceber problemas em seus deveres, evitei apontá-los ou expô-los diretamente. Em vez disso, eu os persuadia a concluir as coisas esperando que achariam que eu era acessível, em vez de arrogante e convencida. Certa vez, durante uma reunião para implementar o trabalho, uma líder de grupo chegou muito tarde por conta de assuntos domésticos e atrasou a reunião. Alguns irmãos haviam relatado que ela não tinha fardo em seu dever e que costumava chegar atrasada às reuniões. Eu queria apontar isso e podá-la, mas então pensei: “Se eu a podar, será que ela vai falar mal de mim para os irmãos e dizer quão severa eu sou e que eu a podei? Se for assim, isso não deixará uma má impressão de mim no coração de mais irmãos?”. Para manter meu orgulho e status, eu me contive e disse de forma afável à líder do grupo: “Da próxima vez, por favor, não se atrase, senão isso vai atrasar o trabalho”. Ao dizer isso, percebi que, se eu continuasse a não apontar os problemas dela dessa forma, isso poderia impactar a vida de igreja. No entanto, como eu tinha medo de que ela ficaria com uma má impressão de mim, não os mencionei. Após a reunião, eu me senti exausta por fingir assim. A líder do grupo permaneceu inalterada depois disso. Ela continuou a se arrastar em seu dever, sem senso de fardo. Eu me senti reprimida e angustiada, a ponto de pensar que não podia continuar com esse dever por ele me exaurir demais.
Um dia, li uma passagem das palavras de Deus: “A família condiciona as pessoas não só com um ou dois ditados, mas com uma série de citações e aforismos famosos. Por exemplo, os mais velhos e os pais de sua família costumam mencionar o ditado ‘um homem deixa seu nome onde quer que passe, assim como um ganso deixa seu grito onde quer que voe’? (Sim.) Eles estão lhe dizendo: ‘As pessoas devem viver para o bem de sua reputação. As pessoas não buscam nada além disso durante sua vida, a não ser forjar uma boa reputação entre os outros e causar uma boa impressão. Aonde quer que você vá, seja mais generoso ao cumprimentar, fazer gentilezas e elogios e diga mais palavras bondosas. Não ofenda as pessoas, mas, em vez disso, faça mais boas ações e atos bondosos’. Esse efeito condicionante em particular exercido pela família tem certo impacto sobre o comportamento ou os princípios de conduta das pessoas, com a consequência inevitável de que elas atribuem grande importância à fama e ao ganho. Ou seja, elas atribuem grande importância à reputação pessoal, ao prestígio, à impressão que criam na mente das pessoas e à avaliação que os outros fazem de tudo que elas fazem e de cada opinião que expressam. Ao atribuir grande importância à fama e ao ganho, sem querer, você atribui pouca importância à pergunta se o dever que você desempenha está de acordo com a verdade e os princípios, se está satisfazendo a Deus e se está cumprindo seu dever de forma adequada. Você vê essas coisas como sendo de importância menor e prioridade mais baixa, enquanto o ditado ‘um homem deixa seu nome onde quer que passe, assim como um ganso deixa seu grito onde quer que voe’, que sua família condicionou em você, se torna extremamente importante para você. Isso faz com que você preste muita atenção em como cada detalhe seu se apresenta na mente das pessoas. Em particular, algumas pessoas dão atenção especial ao que as outras pessoas realmente pensam delas pelas costas, a ponto de ouvir escondido através de paredes, de portas entreabertas e até mesmo de dar uma olhada no que as outras pessoas escrevem sobre elas. Assim que alguém menciona seu nome, elas pensam: ‘Preciso me apressar e ouvir o que ele está dizendo sobre mim e se ele tem uma boa opinião a meu respeito. Ah, não, ele disse que sou preguiçoso e que gosto de comer bem. Então preciso mudar, não posso ser preguiçoso no futuro, preciso ser diligente’. Depois de serem diligentes por algum tempo, elas pensam: ‘Já estou de olho há um tempo para ver se os outros dizem que sou preguiçoso, e parece que ninguém disse isso ultimamente’. Mas, mesmo assim, elas não se sentem à vontade e, por isso, mencionam isso casualmente em suas conversas com as pessoas ao redor, dizendo: ‘Eu sou um pouco preguiçoso’. E os outros respondem: ‘Você não é preguiçoso, você é muito mais diligente agora do que costumava ser’. Diante disso, na mesma hora, elas se sentem tranquilas, alegres e confortadas. ‘Veja só, a opinião de todos sobre mim mudou. Parece que todos perceberam a melhora em meu comportamento.’ Tudo o que você faz não é para o bem de praticar a verdade nem para satisfazer a Deus, mas sim para sua própria reputação. Dessa forma, em que tudo que você faz se transformou? Transformou-se efetivamente num ato religioso. O que aconteceu com sua essência? Você se tornou o arquétipo de um fariseu. O que aconteceu com sua senda? Ela se tornou a senda dos anticristos. É esta a definição de Deus. Portanto, a essência de tudo que você faz ficou manchada, não é mais a mesma; você não está praticando nem buscando a verdade, mas, em vez disso, está buscando fama e ganho. Em última análise, no que diz respeito a Deus, o desempenho de seu dever é — em uma palavra — inadequado. Por que isso acontece? Porque você se dedica apenas à sua reputação pessoal e não àquilo que Deus confiou a você nem a seu dever como um ser criado. O que você sente no coração quando Deus apresenta essa definição? Que sua crença em Deus durante todos esses anos foi em vão? Então isso significa que, de forma alguma, você tem buscado a verdade?” (A Palavra, vol. 6: Sobre a busca da verdade, “Como buscar a verdade (12)”). Pelas palavras de Deus, compreendi que as pessoas foram influenciadas pelo ditado “um homem deixa seu nome onde quer que passe, assim como um ganso deixa seu grito onde quer que voe”. Elas se preocupam particularmente com a avaliação que os outros fazem delas e se concentram em seu próprio status e imagem no coração dos outros, sempre se esforçando, por meio de suas palavras e ações, para deixar uma boa impressão nos outros e conquistar uma reputação positiva. Não pude deixar de refletir sobre minha busca constante por uma boa imagem no coração dos outros e me dei conta de que isso foi influenciado por esse tipo de pensamento e ponto de vista. Quando eu era jovem, ouvi minha cunhada falar mal de minha mãe e de minha irmã mais velha. Para evitar que ela falasse mal de mim, tomei a iniciativa de lavar as roupas de seus filhos e alimentá-los. Quando me casei, para forjar uma boa reputação entre as pessoas, cuidei voluntariamente de minha sogra acamada por dez anos. Embora estivesse exausta e relutante, suportei essas agruras, por mais difícil que fosse. Quando passei a acreditar em Deus, para deixar uma boa impressão nos irmãos, busquei minha fé com entusiasmo e desempenhei ativamente meu dever. Quando meus colegas de trabalho atrasavam seus deveres por questões pessoais, eu não apontava isso, mas os ajudava a concluir tudo. Ouvir elogios de outras pessoas me deixava muito feliz e me motivava a desempenhar meu dever, deixando-me disposta a suportar qualquer dificuldade. Ao ouvir avaliações negativas dos irmãos, eu ficava tão chateada que pensava até em abandonar meu dever. Passei a me concentrar em restaurar minha imagem no coração deles. Quando me encontrava com os irmãos, falava com eles com cautela, tentando usar o tom mais gentil possível e cumprimentando-os com um sorriso, de modo que me vissem como alguém acessível. Quando vi que a líder do grupo costumava chegar atrasada às reuniões e era irresponsável, eu deveria ter apontado e exposto seus problemas, mas fiquei com receio de que podá-la deixaria uma impressão negativa de mim no coração dos outros. Assim, fiz vista grossa, minimizei a situação e me expressei de forma suave e gentil para que todos tivessem uma boa impressão de mim. Como líder de igreja, tendo visto os irmãos desempenharem o dever de forma perfunctória e atrasarem o trabalho, eu deveria ter me comunicado com eles para auxiliá-los, apontado seus problemas e os podado, ajudando-os a conhecer seus problemas e corrigi-los prontamente. No entanto, para fazer com que todos tivessem uma boa opinião a meu respeito e manter uma boa reputação, não hesitei em violar as exigências de Deus para ceder a eles e tolerá-los. Eu não havia considerado nem um pouco o trabalho da igreja. Como desempenhar meu dever dessa forma poderia se alinhar com as intenções de Deus? Refletindo sobre minhas ações, ocorreu-me que elas tinham sido realmente repugnantes!
Continuei a ler as palavras de Deus e tive uma compreensão mais profunda do meu comportamento. Deus Todo-Poderoso diz: “Você não tem buscado a verdade, em vez disso, tem dado atenção especial à sua reputação pessoal, e na raiz disso estão os efeitos condicionantes que vêm de sua família. Qual é o ditado mais dominante com o qual você foi condicionado? O ditado ‘um homem deixa seu nome onde quer que passe, assim como um ganso deixa seu grito onde quer que voe’ se enraizou profundamente no coração e se tornou seu lema. Você foi influenciado e condicionado por esse ditado desde que era jovem e, mesmo depois de crescer, você continua repetindo esse ditado frequentemente para influenciar a próxima geração de sua família e as pessoas ao seu redor. Claro, mais sério ainda é que você o adotou como seu método e princípio para se comportar e lidar com as coisas e até mesmo como objetivo e direção que você busca na vida. Seu objetivo e direção estão errados e, portanto, o resultado final certamente será negativo. O motivo disso é que a essência de tudo que você faz é apenas para o bem de sua reputação e apenas para colocar em prática o ditado ‘um homem deixa seu nome onde quer que passe, assim como um ganso deixa seu grito onde quer que voe’. Você não está buscando a verdade, mas você não sabe disso. Você acha que não há nada de errado com esse ditado, pois as pessoas não deveriam viver em prol de sua reputação? Como diz o velho ditado: ‘um homem deixa seu nome onde quer que passe, assim como um ganso deixa seu grito onde quer que voe’. Esse ditado parece muito positivo e legítimo, por isso, inconscientemente, você aceita seu efeito condicionante e o vê como uma coisa positiva. Uma vez que você vê esse ditado como algo positivo, você está sem saber buscando-o e colocando-o em prática. Ao mesmo tempo, você, sem querer e de forma confusa, o interpreta erroneamente como a verdade e como um critério da verdade. Quando você o vê como um critério da verdade, você não ouve mais o que Deus diz nem consegue entendê-lo. Cegamente você coloca em prática este lema: ‘um homem deixa seu nome onde quer que passe, assim como um ganso deixa seu grito onde quer que voe’ e age de acordo com ele, e o que você acaba obtendo com isso é uma boa reputação. Você ganhou o que queria ganhar, mas, ao fazer isso, violou e abandonou a verdade e perdeu a chance de ser salvo. Visto que esse é o resultado final, você deveria largar e abandonar a ideia de que ‘um homem deixa seu nome onde quer que passe, assim como um ganso deixa seu grito onde quer que voe’, que sua família condicionou em você. Isso não é algo a que você deveria se agarrar, nem é um ditado ou uma ideia a que você deveria dedicar toda uma vida de esforço e energia, colocando isso em prática. Essa ideia e opinião que lhe foram inculcadas e condicionadas estão erradas, portanto, você deveria largá-las. A razão pela qual você deveria largar isso não é apenas porque não é a verdade, mas também porque isso desviará você e, por fim, levará você à destruição, portanto, as consequências são muito sérias. Para você, não se trata apenas de um simples ditado, mas de um câncer — é um meio e um método que corrompe as pessoas. Porque, nas palavras de Deus, entre todas as Suas exigências às pessoas, Deus nunca exigiu que as pessoas buscassem uma boa reputação, nem buscassem prestígio, nem causassem uma boa impressão nas pessoas, nem ganhassem a aprovação das pessoas, nem recebessem o endosso das pessoas, nem jamais fez com que as pessoas vivessem em prol da fama nem deixassem uma boa reputação. Deus só quer que as pessoas cumpram bem seu dever, se submetam a Ele à verdade. Portanto, no que diz respeito a você, esse ditado é um tipo de condicionamento de sua família que você deveria largar” (A Palavra, vol. 6: Sobre a busca da verdade, “Como buscar a verdade (12)”). Ponderando sobre as palavras de Deus, fiquei profundamente comovida. O ditado “um homem deixa seu nome onde quer que passe, assim como um ganso deixa seu grito onde quer que voe” realmente causa grande dano às pessoas. Refleti sobre como eu havia absorvido os ensinamentos de minha mãe desde a infância, o que fez com que eu me norteasse por “um homem deixa seu nome onde quer que passe, assim como um ganso deixa seu grito onde quer que voe”. Com o intuito de criar uma boa reputação entre as pessoas, mesmo diante de coisas que eu claramente não estava disposta a fazer ou não deveria, eu me rebaixava em concessões e as fazia. Quando passei a acreditar em Deus, ainda entendia esse ditado como palavras de sabedoria, sempre priorizando minha imagem no coração dos outros em vez de meus deveres. Quando a irmã apontou meu caráter arrogante e meu tom ríspido, sua intenção era me ajudar a refletir sobre mim mesma e me livrar de meu caráter corrupto praticando a verdade. Porém, em vez de refletir a meu respeito, eu me encobri e fingi, desorientando os irmãos com minha falsa aparência externa. Quando percebia que alguns irmãos estavam sendo irresponsáveis no desempenho de seus deveres e atrasando o trabalho da igreja, eu não apontava isso para eles nem os ajudava, mas continuava a persuadi-los, agindo como se fosse amorosa e paciente para que os irmãos me tivessem em alta conta. Na realidade, todas as minhas ações eram restrições e disfarces superficiais que incorporavam a hipocrisia. Eu estava desorientando os irmãos e, mais importante, enganando a Deus. Isso me fez lembrar dos fariseus, que, por fora, pareciam devotos, humildes e amorosos. Eles oravam de propósito nos cruzamentos e ensinavam as escrituras nos templos todos os dias para mostrar sua piedade e lealdade a Deus de forma que todos os apoiassem. No entanto, o que eles faziam não era seguir as palavras de Deus, mas sim se disfarçar para enganar e desorientar os outros com um comportamento aparentemente bom. Percebi que eu me comportava de modo semelhante ao dos fariseus. Se eu não buscasse uma mudança de caráter e deixasse de praticar a verdade em meus deveres, não importava quão bem eu me disfarçasse ou quanta admiração recebesse dos outros, meu desfecho seria igual ao dos fariseus: amaldiçoada e punida por Deus. Deus me agraciou ao me dar a oportunidade de treinar como líder, o que visava me ajudar a desempenhar bem meus deveres e manter o trabalho da igreja. Quando via problemas com os deveres dos irmãos, eu devia apontá-los e me comunicar com eles para resolvê-los. Isso é responsabilidade minha, uma exigência de Deus para mim. No entanto, eu só estava buscando minha fama e meu ganho, vivendo sem nenhuma integridade e dignidade. Eu não queria mais ser feita de tola por Satanás. Devo desempenhar bem meu dever.
Mais tarde, li outra passagem das palavras de Deus que me forneceu uma senda de prática. Deus Todo-Poderoso diz: “O povo escolhido de Deus deve, no mínimo, possuir consciência e razão, e interagir, associar-se e trabalhar junto com os outros de acordo com os princípios e padrões que Deus exige das pessoas. Essa é a melhor abordagem. Ela é capaz de satisfazer a Deus. Então, quais são as verdades princípios que Deus exige? Que as pessoas sejam compreensivas com os outros quando estes estiverem fracos e negativos, sendo atenciosas com a dor e as dificuldades deles, e, então, perguntem sobre essas coisas, ofereçam ajuda e apoio, e leiam as palavras de Deus para ajudá-los a resolver problemas, permitindo que eles entendam as intenções de Deus e deixem de ser fracos, e os levando para diante de Deus. Essa maneira de praticar não está de acordo com os princípios? Praticar dessa maneira está de acordo com as verdades princípios. Naturalmente, relacionamentos desse tipo estão ainda mais de acordo com as verdades princípios. Quando as pessoas estão deliberadamente causando perturbações e interrupções, ou deliberadamente desempenhando seu dever de forma perfunctória, se você perceber isso e for capaz de apontar essas coisas para elas, repreendê-las e ajudá-las conforme os princípios, isso está de acordo com as verdades princípios. Se você fizer vista grossa, ou se perdoar o comportamento delas e encobri-las, e até chegar a ponto de dizer coisas agradáveis para elogiá-las e aplaudi-las, essas formas de interagir com as pessoas, de lidar com as coisas, e de lidar com os problemas estão, obviamente, em desacordo com as verdades princípios e não se baseiam nas palavras de Deus. Portanto, essas formas de interagir com as pessoas e de lidar com os problemas são, obviamente, inadequadas, e realmente não é fácil detectá-las se elas não forem dissecadas e discernidas de acordo com as palavras de Deus” (A Palavra, vol. 5: As responsabilidades dos líderes e dos obreiros, “As responsabilidades dos líderes e dos obreiros (14)”). Pelas palavras de Deus, entendi que Ele exige que as pessoas interajam umas com as outras de acordo com as verdades princípios. Quando virmos irmãos se sentindo negativos, fracos ou com deficiências, devemos nos comunicar para ajudá-los com amor, de forma que eles possam entender as intenções de Deus, refletir, conhecer seus problemas e progredir na entrada na vida. Se alguém tiver uma atitude problemática em relação a seus deveres, causando interrupções, perturbações ou atrasos no trabalho, devemos expor e podar essa pessoa de acordo com os princípios. Não podemos fechar os olhos para manter nosso próprio orgulho e status. Quando a líder do grupo costumava chegar atrasada às reuniões e impactava a vida de igreja, por exemplo, eu deveria tê-la podado, exposto e dissecado. Além disso, quando os irmãos apontavam meus problemas, eu devia aceitá-los, refletir seriamente sobre meu caráter arrogante e praticar a verdade para me livrar da minha corrupção, em vez de me disfarçar para manter uma boa imagem em seu coração. Depois de entender esses princípios de prática, senti-me relaxada e aliviada.
Mais tarde, quando fui a outra igreja para acompanhar o trabalho evangelístico, fiquei sabendo que a diaconisa evangelística era irresponsável e não tinha fardo em seu dever. Ela resistia até quando os líderes de igreja supervisionavam e acompanhavam o trabalho dela. Considerando essa situação, eu deveria ter apontado isso para ajudá-la, expô-la e podá-la. No entanto, pensei que era minha primeira vez participando da reunião ali. O que todos pensariam de mim se eu expusesse os problemas dela logo de cara? Como eu poderia cooperar com eles no futuro se eles não criassem uma boa impressão de mim quando me conhecessem? Quando tive esses pensamentos, percebi que estava mais uma vez preocupada com minha reputação e status. Lembrei-me das palavras de Deus: “Você deveria primeiro pensar nos interesses da casa de Deus, considerar as intenções de Deus e considerar o trabalho da igreja. Coloque essas coisas acima de tudo; só depois disso você pode pensar sobre a estabilidade de seu status ou sobre como os outros o consideram” (A Palavra, vol. 3: As declarações de Cristo dos últimos dias, “Liberdade e alívio só podem ser ganhos livrando-se do caráter corrupto”). Ponderando sobre as palavras de Deus, entendi que, independentemente das circunstâncias, devo priorizar os interesses da igreja. A diaconisa evangelística era irresponsável em seu dever e atrasava o progresso do trabalho evangelístico, além de se recusar a aceitar supervisão. Se eu não apontasse seus problemas, isso atrasaria o trabalho evangelístico e não traria nenhum benefício para sua própria entrada na vida. Eu não podia continuar mantendo minha imagem e status no coração dos outros por mais tempo. Independentemente de como a irmã me considerasse, eu tinha que praticar a verdade e proteger os interesses da igreja. Posteriormente, apontei os problemas no dever da irmã e comuniquei a importância de os líderes e obreiros supervisionarem e acompanharem o trabalho e as responsabilidades de um diácono evangelístico e como cumprir os deveres com responsabilidade. Depois da minha comunhão, a irmã reconheceu que havia sido superficial no desempenho de seu dever, abriu-se sobre seu estado e expressou sua disposição de reverter o curso. Posteriormente, ela se tornou mais proativa em seu dever, e o trabalho evangelístico começou a progredir.
Por meio dessas experiências, percebo que é fundamental praticar a verdade e desempenhar o dever de acordo com os princípios. Se eu sempre protejo meus interesses pessoais e mantenho meu orgulho e status ao desempenhar meu dever, não só causo danos ao trabalho da igreja, como também prejudico os irmãos e a mim mesma. Foram as palavras de Deus que me ajudaram a chegar a essa compreensão e transformação. Graças a Deus!