19. Ganhei um caminho para resolver meus sentimentos de inferioridade
Quando eu era criança, como meus pais estavam ocupados ganhando a vida e não tinham tempo para cuidar de mim, eles me mandaram para a casa da minha avó para ser criada. Naquela época, estava acontecendo o censo sobre planejamento familiar e, como eu não era registrada na casa da minha avó, para evitar multas, toda vez que alguém da aldeia vinha fazer a verificação, minha avó me pegava e me escondia. Os vizinhos zombavam de mim por eu não ter registro de residência; chamavam-me de “Pequena Zé Ninguém” e diziam que eu era uma criança sem mãe. Embora eu fosse apenas uma criança, ainda conseguia perceber que eles estavam zombando de mim. Eu ficava muito magoada. Não queria vê-los nem brincar com as outras crianças. Na maior parte do tempo, eu ficava enfurnada em casa, sozinha, assistindo à TV, ou então brincava com minha avó. Minha infância foi bastante reprimida e monótona. Mais tarde, quando cheguei à idade escolar, meus pais me levaram de volta para casa. Como eu era introvertida, não gostava de falar e não cumprimentava as pessoas, minha mãe dizia que eu era lenta e não tão esperta quanto minha irmã mais nova. Eu também me achava muito incapaz, por isso fiquei ainda menos disposta a me comunicar com as pessoas. Aos poucos, descobri que era difícil me comunicar com os outros, e, quando conversava com alguém, não sabia o que dizer nem como iniciar uma conversa. Às vezes, tinha coisas em mente e visões que queria expressar, mas, na hora de falar, eu sempre balbuciava por causa do nervosismo e do medo. Especialmente ao falar com pessoas desconhecidas em grandes grupos, eu ficava tão nervosa que meu rosto corava. Então, toda vez que parentes vinham em casa ou que eu tinha de ir a um jantar, eu sempre tentava evitar, quando podia, e se não podia recusar, eu simplesmente me sentava quietinha num canto, observando os outros conversarem e rirem.
Continuei assim mesmo depois de encontrar Deus. Lembro-me de que, uma vez, em uma reunião, vi que havia 50 ou 60 pessoas presentes. Fiquei imediatamente intimidada e, com tanta gente, não me atrevi a falar. Eu tinha dificuldade em me expressar, então achava que, se falasse de forma pouco clara ou os outros não me entendessem, isso seria muito estranho e embaraçoso. Assim, toda vez que o supervisor me pedia para comunicar, eu escolhia ficar em silêncio, sendo apenas uma ouvinte. Às vezes, quando eu estudava habilidades profissionais com os irmãos, o supervisor nos pedia para compartilhar nossos pensamentos, e eu não conseguia evitar ficar nervosa e não ousava comunicar, com medo de não falar com clareza. Algumas vezes, não tive escolha a não ser comunicar depois de ser chamada pelo supervisor e, enquanto comunicava, fiquei tão nervosa que a minha voz mudou e o meu rosto foi ficando mais quente quanto mais eu falava. No fim, não consegui falar com clareza e me senti muito envergonhada. Pensei: “Por que sou tão inútil? Estou apenas expressando minhas visões, então por que isso é tão difícil e estressante? Não consigo nem falar direito, sou tão idiota!”. Ao ver as irmãs com quem eu cooperava comunicando com tanta naturalidade e fluidez, senti muita inveja: “Por que não tenho essa confiança e coragem? Por que é tão difícil para mim falar ou expressar meus pensamentos?”. Mais tarde, o supervisor arranjou para que eu fosse líder de equipe. Pensei comigo mesma: “Sou introvertida e não sou boa com as palavras, e quando há muita gente, não ouso falar. E se os irmãos tiverem perguntas e eu não conseguir respondê-las com clareza? Não será constrangedor?”. Eu só queria que o supervisor encontrasse outra pessoa, e preferia ser apenas um membro discreto da equipe. Mas tive medo de que ele ficasse com má impressão de mim se eu rejeitasse o dever, então descartei essa ideia. Ao acompanhar o trabalho dos irmãos depois, ainda me sentia intimidada, e quando eles me faziam perguntas, eu sempre queria que outros respondessem, pois temia não me explicar com clareza ou não ser capaz de resolver seus problemas. Quando não conseguia evitar, eu me forçava a dizer algumas palavras, mas ainda ficava muito nervosa. Vendo-me assim, sentia-me muito frustrada, e percebi que esse estado estava afetando gravemente minha comunicação normal com os outros e minha capacidade de desempenhar meus deveres. Se não revertesse isso logo, eu me tornaria cada vez mais passiva em meus deveres, e isso com certeza atrasaria o trabalho. Então, conscientemente busquei a verdade para resolver meus problemas.
Um dia, li as palavras de Deus: “Não importa o que lhes aconteça, quando encontram alguma dificuldade, os covardes recuam. Por que fazem isso? Um motivo é que isso é causado por seu sentimento de inferioridade. Por se sentirem inferiores, não se atrevem a ir à frente das pessoas, nem sequer conseguem assumir as obrigações e as responsabilidades que deveriam assumir, nem conseguem assumir o que de fato são capazes de alcançar dentro da própria capacidade e do próprio calibre e no escopo da experiência da própria humanidade. Esse sentimento de inferioridade afeta todos os aspectos de sua humanidade, afeta sua integridade e, claro, também afeta sua personalidade. Quando estão rodeados de outras pessoas, eles raramente expressam as próprias opiniões e você quase nunca os ouve esclarecer o próprio ponto de vista ou a própria opinião. Quando encontram uma questão, eles não ousam falar, mas, em vez disso, recuam e fogem sempre. Quando há poucas pessoas, sentem-se valentes o suficiente para se sentar entre elas, mas, quando há muitas pessoas, eles procuram um canto e se dirigem para onde a iluminação seja fraca, não ousando ficar entre as outras pessoas. Toda vez que sentem que gostariam de dizer algo de forma positiva e ativa, de expressar os próprios pontos de vista e opiniões para mostrar que o que pensam é certo, eles nem mesmo têm a coragem de fazê-lo. Toda vez que têm tais ideias, seu sentimento de inferioridade se manifesta todo de uma vez só e os controla, sufoca, dizendo-lhes: ‘Não diga nada, você não serve. Não expresse suas opiniões, só guarde suas ideias para si. Se houver algo em seu coração que você de fato queira dizer, apenas o anote no computador e rumine-o só. Você não precisa deixar que alguém saiba disso. E se você disser algo errado? Seria tão constrangedor!’. Essa voz continua dizendo para você não fazer isso, não fazer aquilo, não dizer isso, não dizer aquilo, fazendo com que você engula cada palavra que queira dizer. Quando há algo que queira dizer, que há muito tempo tem revolvido seu coração, você bate em retirada e não ousa dizê-lo, ou então se sente constrangido em dizê-lo, acreditando que não deveria fazê-lo, e que, se o fizer, sentirá como se tivesse quebrado alguma regra ou violado a lei. E quando, um dia, você expressa ativamente o próprio ponto de vista, no fundo você se sente incomparavelmente perturbado e inquieto. Mesmo que esse sentimento de grande inquietação desapareça aos poucos, seu sentimento de inferioridade abafa lentamente as ideias, as intenções e os planos que você tem de querer falar, de querer expressar as próprias opiniões, de querer ser uma pessoa normal e querer ser apenas como todos os outros. Quem não entende acha que você é uma pessoa de poucas palavras, quieta, de personalidade tímida, que não gosta de se destacar na multidão. Quando fala na frente de muitas outras pessoas, você se sente constrangida e seu rosto fica vermelho; você é uma pessoa um tanto introvertida e, na realidade, só você sabe que se sente inferior. […] Embora não se possa dizer que seja um caráter corrompido, esse sentimento já causou um efeito negativo grave; ele prejudica gravemente sua humanidade e tem um grande impacto negativo nas várias emoções e nas falas e ações de sua humanidade normal, com consequências muito sérias. A influência menor desse sentimento é afetar sua personalidade, suas predileções e suas ambições; a influência maior é afetar seus objetivos e sua direção na vida. Pelas causas desse sentimento de inferioridade, por seu processo e pelas consequências que ele traz para uma pessoa, seja qual for o aspecto que você considere, não é algo que as pessoas deveriam largar? (Sim.)” (A Palavra, vol. 6: Sobre a busca da verdade, “Como buscar a verdade (1)”). Depois de ler as palavras de Deus, percebi que eu me sentia muito inferior. O estado e as manifestações de inferioridade que Deus expôs foram revelados em mim. Meu coração era contido por sentimentos de inferioridade, e eu sempre me considerei insuficiente em vários aspectos. Ao interagir com as pessoas, tinha medo de falar quando havia muitas delas por perto, ou me escondia em um canto e permanecia em silêncio. Nos deveres, sempre que precisava expressar meus pensamentos, eu ficava nervosa sem querer, e meus pensamentos não eram sobre como cooperar com todos para cumprir meus deveres, mas, em vez disso, sentia que as minhas habilidades verbais eram inadequadas, que a minha fala não estava à altura, e preferia que os outros comunicassem. Quando eu tinha opiniões ou pensamentos sobre certos assuntos, ficava hesitando, pensando: “Devo falar ou não? Minha opinião está certa? Os outros vão concordar comigo? Esqueça, é melhor não dizer nada. É preferível apenas ouvir a visão dos outros”. Eu era frequentemente influenciada por esses pensamentos, como se minha boca estivesse selada e minha garganta, bloqueada, o que me impedia de expressar minhas visões e minha posição em muitas situações. O supervisor me pediu para ser líder de equipe, e eu sabia que, tendo assumido esse dever, deveria cumprir minhas responsabilidades, mas toda vez que tinha de acompanhar o trabalho, eu nunca conseguia dizer nada, temendo não conseguir explicar as coisas claramente e que os outros não entendessem. Isso seria muito constrangedor! Por isso, eu sempre queria que alguém com melhores habilidades de comunicação respondesse às perguntas dos irmãos, e apenas ouvia e concordava, em silêncio. Como resultado, eu não conseguia cumprir as responsabilidades que deveria, e me tornei cada vez mais passiva em meus deveres. Esse sentimento negativo de inferioridade realmente teve um grande impacto em mim, tornando-me cada vez mais tímida e passiva, e até mesmo incapaz de me comunicar normalmente com os outros. Perdi meu senso de responsabilidade e minha motivação, passei a me julgar cada vez mais negativamente e a dar veredictos sobre mim mesma, e meu desejo de recuar ficou cada vez mais forte. Vi quão doloroso era ser contida e restringida por esses sentimentos de inferioridade.
Depois, procurei soluções para esse problema e li as palavras de Deus: “Aparentemente, a inferioridade é uma emoção que se manifesta nas pessoas; mas, na verdade, sua causa-raiz é esta sociedade, a humanidade e o ambiente em que as pessoas vivem. Também é causada por razões objetivas das próprias pessoas. É desnecessário dizer que a sociedade e a humanidade vêm de Satanás, porque toda a humanidade está sob o poder do maligno, profundamente corrompida por Satanás, e ninguém pode ensinar a próxima geração de acordo com a verdade ou com os ensinamentos de Deus, mas, sim, de acordo com as coisas que vêm de Satanás. Portanto, ensinar à próxima geração e à humanidade as coisas de Satanás, além de corromper o caráter e a essência das pessoas, faz com que emoções negativas surjam nas pessoas. Se as emoções negativas que surgem forem temporárias, então não terão um efeito imenso na vida da pessoa. No entanto, se uma emoção negativa se tornar profundamente enraizada no íntimo do coração e da alma da pessoa e ficar indelevelmente presa ali, se a pessoa for completamente incapaz de esquecê-la ou de se livrar dela, então essa emoção necessariamente afetará todas as decisões da pessoa, a maneira como ela aborda toda classe de pessoas, eventos e coisas, o que ela escolhe quando está diante de questões importantes de princípios e a senda que percorrerá em sua vida — esse é o efeito que a verdadeira sociedade humana tem sobre cada pessoa. O outro aspecto são as razões objetivas das próprias pessoas. Ou seja, a educação e os ensinamentos que as pessoas recebem conforme crescem, todos os pensamentos e ideias com os modos de se conduzir que elas aceitam, assim como os vários ditados humanos, tudo vem de Satanás, a ponto de as pessoas não terem mais capacidade de lidar com essas questões que encontram, nem de dissipá-las, a partir da perspectiva e do ponto de vista corretos. Portanto, de forma inconsciente, sob a influência desse ambiente hostil, e sendo oprimido e controlado por ele, o homem não pode fazer nada senão desenvolver diversas emoções negativas e usá-las para tentar resistir aos problemas que ele não tem capacidade para resolver, mudar ou dissipar. Vamos tomar o sentimento de inferioridade como exemplo. Seus pais, professores, anciãos e outras pessoas que cercam você, todos, têm uma avaliação irreal de seu calibre, de sua humanidade e integridade, e finalmente o que isso faz é atacar, perseguir, sufocar, agrilhoar e amarrar você. Por fim, quando você não tem mais forças para resistir, não tem escolha a não ser escolher uma vida de aceitação em silêncio dos insultos e das humilhações, de aceitação em silêncio, contra seu melhor julgamento, desse tipo de realidade incorreta e injusta. Quando aceita essa realidade, as emoções que finalmente surgem em você não são as de alegria, de satisfação, as positivas ou progressistas; você não vive com mais motivação e direção, menos ainda busca os objetivos precisos e corretos para a vida humana, mas, em vez disso, um profundo sentimento de inferioridade surge em você. Quando essa emoção surge, você sente que não tem a que recorrer. Quando você se vê diante de uma questão que lhe exige expressar sua visão, você considerará o que quer dizer e a visão que deseja expressar no íntimo de seu coração, sabe-se lá quantas vezes, e mesmo assim ainda não conseguirá dizê-la em voz alta. Quando alguém expressa a mesma opinião que a sua, você se permite sentir uma afirmação em seu coração, a confirmação de que você não é pior que as outras pessoas. Mas quando a mesma situação acontece de novo, você ainda diz para si mesmo: ‘Não posso falar despreocupadamente, nem fazer nada precipitado, nem me tornar um motivo de riso. Não sou bom, sou estúpido, sou tolo, sou um idiota. Preciso aprender a me esconder e só ouvir, não falar’. A partir disso, podemos ver que, desde o momento em que o sentimento de inferioridade surge até quando se torna profundamente arraigado no íntimo de seu coração, a pessoa não é privada de seu livre-arbítrio e dos direitos legítimos concedidos a ela por Deus? (Sim.) Ela foi privada dessas coisas” (A Palavra, vol. 6: Sobre a busca da verdade, “Como buscar a verdade (1)”). Depois de ler as palavras de Deus, comecei a refletir sobre por que eu era tão tímida e tinha tantos sentimentos de inferioridade, e não pude evitar pensar no meu passado. Quando eu era pequena, para evitar o censo sobre planejamento familiar, fui criada na casa da minha avó e muitas vezes tive que fugir e me esconder com ela. Isso deixou uma sombra em meu coração, e me tornei muito tímida. Como meus pais não estavam por perto, uma tia da família vizinha zombou de mim, chamando-me de “Pequena Zé Ninguém”, e as crianças da minha idade também zombavam de mim, dizendo que eu era uma criança sem mãe. Sentia-me como se estivesse vivendo sob um céu cinzento e sem sol, e me sentia muito solitária e reprimida, pensando que era diferente das outras crianças. Elas tinham seus pais por perto, mas eu não. Depois de tudo isso, passei a não gostar de sair, tinha medo de encontrar as pessoas e me tornei cada vez mais taciturna. Depois de começar a escola, como era tímida e não me sentia segura, raramente falava com meus colegas durante os intervalos. Eu os observava conversando, rindo e brincando depois da aula, mas só podia observar e invejá-los, sempre sentindo que era diferente deles. Uma experiência que me marcou profundamente aconteceu durante uma aula de chinês. Como minha voz saiu muito baixa quando respondi a uma pergunta, a professora disse, com sarcasmo: “Eu deveria arranjar um megafone para você”, e assim que ela disse isso, a classe inteira caiu na gargalhada. Naquele momento, senti que era motivo de chacota para eles e só quis esconder meu rosto. Por causa das minhas notas medianas e do desprezo da professora, depois de ser ridicularizada daquele jeito, minha autoestima foi gravemente ferida. Depois de voltar para a casa dos meus pais, vi que eles discutiam com frequência, e eu me sentia ainda mais reprimida e solitária. Como fiquei presa nesse estado emocional por muito tempo, tive que digerir muitos pensamentos e sentimentos sozinha, em meu coração. Como eu era sempre quieta e parecia desajeitada ao lidar com pessoas ou situações, meus pais me confrontavam com sentimentos de raiva e impotência, e me diziam: “Você é estúpida? Não consegue nem falar direito, parece que está com a língua presa!”. Com o tempo, passei a aceitar que eu era uma inútil e que não era boa com as palavras, e essas avaliações ficaram grudadas em mim como adesivos, deixando-me com um sentimento duradouro de inferioridade. Mesmo nesse ponto, quando precisava expressar minhas visões nos meus deveres, eu tinha opiniões e ideias claras, mas tinha muito medo de falar, sempre temendo que minhas palavras pudessem ser inadequadas e, portanto, rejeitadas, fazendo-me parecer ainda pior. Mas, na realidade, muitas das minhas visões e sugestões mais tarde se mostraram adequadas e dignas de consideração. Refletindo sobre essas coisas, comecei a entender mais claramente as razões por trás dos meus sentimentos de inferioridade. Devido à influência de circunstâncias externas, eu constantemente me julgava de forma negativa e dava veredictos sobre mim mesma; com o tempo, perdi minha iniciativa e, tanto na minha comunicação com os outros quanto no desempenho dos meus deveres, tornei-me cada vez mais passiva e tímida.
Mais tarde, li as palavras de Deus: “Seja qual for a situação que fez surgir seu sentimento de inferioridade, ou quem ou qual evento fez com que ele surgisse, você deveria abrigar o entendimento correto em relação ao próprio calibre, aos seus pontos fortes, seus talentos e sua índole. Não é certo sentir-se inferior, nem é certo sentir-se superior — ambas são emoções negativas. A inferioridade pode amarrar suas ações, amarrar seus pensamentos e influenciar suas opiniões e seus pontos de vista. Da mesma forma, a superioridade também tem esse efeito negativo. Portanto, seja inferioridade ou outra emoção negativa, você deveria abrigar o entendimento correto das interpretações que levam ao surgimento dessa emoção. Em primeiro lugar, você deve entender que essas interpretações são incorretas e, seja em relação a seu calibre, seu talento ou sua índole, as avaliações e as conclusões que elas fazem sobre você estão sempre erradas. Assim, como você pode avaliar e conhecer a si mesmo com precisão e se livrar do sentimento de inferioridade? Você deve tomar as palavras de Deus como base para ganhar conhecimento de si mesmo, para aprender como são sua humanidade, seu calibre e talento e que pontos fortes você tem. […] Nesse tipo de situação, você precisa fazer uma avaliação correta e tomar a medida correta de si mesmo de acordo com as palavras de Deus. Você deve estabelecer o que aprendeu e onde estão seus pontos fortes e sair e fazer tudo que puder; quanto às coisas que você não pode fazer, suas falhas e deficiências, você deveria refletir sobre elas e conhecê-las, também deveria avaliar com precisão e saber qual é seu calibre, se é bom ou ruim. Se não conseguir entender ou ganhar um conhecimento claro dos próprios problemas, então peça às pessoas que o cercam, que tenham entendimento, para fazer uma avaliação de você. Seja exato ou não o que disserem, pelo menos isso lhe dará algo para referenciar e capacitará você a ter um julgamento básico ou uma caracterização de si mesmo. Você pode então resolver o problema essencial das emoções negativas, como a inferioridade, e gradualmente emergir delas. Tais sentimentos de inferioridade são fáceis de resolver se a pessoa puder discerni-los, despertar para eles e buscar a verdade” (A Palavra, vol. 6: Sobre a busca da verdade, “Como buscar a verdade (1)”). Depois de ler as palavras de Deus, encontrei o caminho para me livrar dos meus sentimentos de inferioridade. Eu deveria avaliar a mim mesma de forma objetiva e justa com base nas palavras de Deus. Não podia continuar remoendo essas velhas lembranças, sendo constrangida pelas sombras do passado e pelas avaliações erradas dos outros sobre mim, a ponto de até deixar essas coisas controlarem meus pensamentos e minha vida. Devo medir e avaliar a mim mesma de acordo com as palavras de Deus e ver meus pontos fortes e fracos corretamente. Eu também podia considerar as avaliações daqueles ao meu redor para me julgar objetivamente. Lembrei-me de como os irmãos com quem eu cooperava me avaliavam. Eles diziam que meu calibre era mediano, que meu entendimento não era distorcido, que eu tinha meus próprios pensamentos ao enfrentar as situações e que tinha um senso de fardo e responsabilidade em meus deveres. Vi que, embora não fosse muito capaz nem astuta, e não tivesse um calibre muito alto, eu não era alguém de calibre baixo ou sem pensamentos. Além disso, meus irmãos não me rejeitavam por ser introvertida e não falar bem. Pelo contrário, quando eu ficava nervosa e não conseguia falar com clareza, eles ajudavam a esclarecer e a complementar o que eu estava tentando dizer. Isso me fez sentir a ajuda genuína entre os irmãos, sem menosprezo ou desdém.
Mais tarde, li mais das palavras de Deus: “As pessoas que vivem na humanidade normal também são restringidas por muitos instintos e necessidades corporais. […] Às vezes, as pessoas podem ser constrangidas por sentimentos e necessidades corporais e, às vezes, podem estar sujeitas às restrições dos instintos corporais ou às restrições do tempo e da personalidade — isso é normal e natural. Por exemplo, algumas pessoas são bastante introvertidas desde a infância; elas não gostam de falar e têm dificuldade de se relacionar com outras pessoas. Mesmo quando adultas, na casa dos 30 ou 40 anos, ainda não conseguem superar essa personalidade: ainda não são hábeis em falar ou boas com as palavras, nem são boas em se associar com os outros. Depois de se tornarem líderes, esse traço de personalidade limita e dificulta seu trabalho até certo ponto, e isso geralmente lhes causa angústia e frustração, fazendo com que se sintam muito constrangidas. A introversão e não gostar de falar são manifestações de humanidade normal. Por serem manifestações de humanidade normal, elas são consideradas transgressões a Deus? Não, elas não são transgressões, e Deus as tratará corretamente. Independentemente de seus problemas, defeitos ou falhas, nada disso é problema aos olhos de Deus. Deus só observa como você busca a verdade, pratica a verdade, age de acordo com as verdades princípios e segue o caminho de Deus sob as condições inerentes à humanidade normal — é para isso que Deus olha” (A Palavra, vol. 7: Sobre a busca da verdade, “Como buscar a verdade (3)”). Depois de ler as palavras de Deus, meu coração se iluminou. Eu sempre me desprezei por ser introvertida e não saber me expressar bem, e muitas vezes fui menosprezada e humilhada por colegas de classe e de trabalho, mas Deus diz que essas coisas são manifestações da humanidade normal. Finalmente percebi que ser introvertida e não saber me expressar bem não é errado, e que não é algo de que devo me envergonhar. A personalidade inata de uma pessoa não pode ser mudada, e a obra de Deus não se destina a mudar a personalidade de alguém, a transformar introvertidos em extrovertidos, ou aqueles que não sabem se expressar bem em oradores eloquentes. Pelo contrário, a obra de Deus se concentra em limpar e mudar o caráter corrupto de uma pessoa, e Deus não condena as falhas e deficiências dentro da humanidade normal. O que Deus vê é se uma pessoa pode buscar a verdade, e se ela pode ouvir e praticar de acordo com Suas palavras. Entendendo isso, não me senti mais atormentada por minha personalidade introvertida ou por não saber me expressar bem, e não me desprezei mais. Devo lidar com minhas deficiências corretamente e, quando tiver que expressar minha opinião, não devo sempre pensar: “Não consigo. Sou introvertida e não sei me expressar bem”; em vez disso, devo cumprir minhas responsabilidades e agir de acordo com os princípios. Daí em diante, no desempenho dos meus deveres, pratiquei conscientemente de acordo com as palavras de Deus.
Mais tarde, ao acompanhar o trabalho, percebi que alguns irmãos eram passivos no desempenho de seus deveres. Pensei em estimulá-los, mas, quando estava prestes a enviar uma mensagem, fiquei preocupada, pensando: “Como devo dizer isso? Eles responderão ativamente à mensagem? Se me fizerem perguntas e eu não conseguir respondê-las com clareza, será tão constrangedor!”. Pensando assim, não me atrevi a enviá-la. Percebi que, mais uma vez, tinha sido dominada pelos meus sentimentos de inferioridade. Lembrei-me das palavras de Deus que havia lido alguns dias antes: “Independentemente de seus problemas, defeitos ou falhas, nada disso é problema aos olhos de Deus. Deus só observa como você busca a verdade, pratica a verdade, age de acordo com as verdades princípios e segue o caminho de Deus sob as condições inerentes à humanidade normal — é para isso que Deus olha” (A Palavra, vol. 7: Sobre a busca da verdade, “Como buscar a verdade (3)”). Naquele momento, senti que tinha direção e uma senda. Independentemente de meus irmãos responderem ativamente ou não, eu ainda deveria cumprir minha responsabilidade. Então, enviei uma mensagem para estimulá-los em seus deveres. Quando me fizeram algumas perguntas, respondi o máximo que sabia, e praticar dessa maneira me deixou à vontade. Experienciei que as palavras de Deus são verdadeiramente a direção e os critérios para como as pessoas devem agir.
Mais tarde, uma irmã me lembrou de refletir: além de ser afetada pelos sentimentos de inferioridade, que caracteres corruptos estavam me constrangendo quando eu era sempre passiva e recuava no desempenho do meu dever? A irmã me enviou uma passagem das palavras de Deus: “A família condiciona as pessoas não só com um ou dois ditados, mas com uma série de citações e aforismos famosos. Por exemplo, os mais velhos e os pais de sua família costumam mencionar o ditado ‘um homem deixa seu nome onde quer que passe, assim como um ganso deixa seu grito onde quer que voe’? (Sim.) Eles estão lhe dizendo: ‘As pessoas devem viver para o bem de sua reputação. As pessoas não buscam nada além disso durante sua vida, a não ser forjar uma boa reputação entre os outros e causar uma boa impressão. Aonde quer que você vá, seja mais generoso ao cumprimentar, fazer gentilezas e elogios e diga mais palavras bondosas. Não ofenda as pessoas, mas, em vez disso, faça mais boas ações e atos bondosos’. Esse efeito condicionante em particular exercido pela família tem certo impacto sobre o comportamento ou os princípios de conduta das pessoas, com a consequência inevitável de que elas atribuem grande importância à fama e ao ganho. Ou seja, elas atribuem grande importância à reputação pessoal, ao prestígio, à impressão que criam na mente das pessoas e à avaliação que os outros fazem de tudo que elas fazem e de cada opinião que expressam. Ao atribuir grande importância à fama e ao ganho, sem querer, você atribui pouca importância a se o dever que você desempenha está de acordo com a verdade e os princípios, se está satisfazendo a Deus e se está cumprindo seu dever de forma que esteja de acordo com o padrão. Você vê essas coisas como sendo de importância menor e prioridade mais baixa, enquanto o ditado ‘um homem deixa seu nome onde quer que passe, assim como um ganso deixa seu grito onde quer que voe’, que sua família condicionou em você, se torna extremamente importante para você. […] Tudo o que você faz não é para o bem de praticar a verdade nem para satisfazer a Deus, mas sim para sua própria reputação. Dessa forma, em que tudo que você faz se transformou? Transformou-se efetivamente num ato religioso. O que aconteceu com sua essência? Você se tornou o arquétipo de um fariseu. O que aconteceu com sua senda? Ela se tornou a senda dos anticristos. É assim que Deus caracteriza isso. Portanto, a essência de tudo que você faz ficou manchada, não é mais a mesma; você não está praticando nem buscando a verdade, mas, em vez disso, está buscando fama e ganho. Em última análise, no que diz respeito a Deus, o desempenho do seu dever — em uma expressão — não está de acordo com o padrão. Por que isso acontece? Porque você se dedica apenas à sua reputação pessoal e não àquilo que Deus confiou a você nem a seu dever como um ser criado. […] O motivo disso é que a essência de tudo que você faz é apenas para o bem de sua reputação e apenas para colocar em prática o ditado ‘um homem deixa seu nome onde quer que passe, assim como um ganso deixa seu grito onde quer que voe’. Você não está buscando a verdade, mas você não sabe disso. Você acha que não há nada de errado com esse ditado, pois as pessoas não deveriam viver em prol de sua reputação? Como diz o velho ditado: ‘um homem deixa seu nome onde quer que passe, assim como um ganso deixa seu grito onde quer que voe’. Esse ditado parece muito positivo e legítimo, por isso, inconscientemente, você aceita seu efeito condicionante e o vê como uma coisa positiva. Uma vez que você vê esse ditado como algo positivo, você está sem saber buscando-o e colocando-o em prática. Ao mesmo tempo, você, sem querer e de forma confusa, o interpreta erroneamente como a verdade e como a verdade critério. Quando o vê como a verdade critério, você não ouve mais o que Deus diz nem consegue entendê-lo. Cegamente você coloca em prática este lema: ‘um homem deixa seu nome onde quer que passe, assim como um ganso deixa seu grito onde quer que voe’ e age de acordo com ele, e o que você acaba obtendo com isso é uma boa reputação. Você ganhou o que queria ganhar, mas, ao fazer isso, violou e abandonou a verdade e perdeu a chance de ser salvo” (A Palavra, vol. 6: Sobre a busca da verdade, “Como buscar a verdade (12)”). A partir das palavras de Deus, percebi que sempre fui profundamente influenciada pela ideia de que “Um homem deixa seu nome onde quer que passe, assim como um ganso deixa seu grito onde quer que voe”, e que eu sempre valorizei muito minha reputação, preocupando-me bastante com o que os outros pensariam de mim. Eu era como uma marionete, presa pelo orgulho e pelo status. Pensei que o fato de o supervisor ter me atribuído como líder da equipe era, na verdade, uma ótima oportunidade para eu treinar. Ao me comunicar e aprender junto com os irmãos, essa também era uma boa oportunidade para eu compensar o que me faltava. Se minhas visões estivessem erradas, os irmãos poderiam me ajudar a corrigir quaisquer desvios. Mas eu sempre era constrangida pelo meu orgulho, e quando via que havia muitas pessoas e que teria que compartilhar minhas visões, minha primeira reação era sempre: “Eu não consigo”. Tinha medo de expor minhas deficiências e que meus irmãos ficassem com má impressão de mim e me menosprezassem. Como resultado, não dizia o que deveria dizer nem cumpria as responsabilidades que deveria cumprir, o que me tornava muito passiva no desempenho dos meus deveres. Dava importância demais ao meu orgulho e status pessoais. Para proteger meu orgulho e status, perdi muitas oportunidades de praticar a verdade e cumprir minhas responsabilidades, e perdi muitas chances de receber a obra do Espírito Santo. Eu precisava praticar conscientemente a verdade e não viver mais pelo orgulho ou pelo status.
Mais tarde, por necessidades do trabalho, tive que desempenhar meus deveres em outra equipe, e a líder da equipe me pediu para acompanhar o trabalho dos irmãos e liderar as reuniões de grupo. Pensei comigo mesma: “Não sou boa em me expressar. Se eu não explicar as coisas com clareza e os irmãos não entenderem, eles não vão me menosprezar?”. Fiquei um pouco nervosa e ansiosa. Porém, percebi que Deus havia permitido que esse dever me fosse imposto para me dar um fardo e me deixar treinar mais. Portanto, o aceitei. No início, quando me reunia com os irmãos, eu conduzia a reunião junto com minha parceira, e ainda ficava nervosa antes de comunicar, preocupada que, se eu não comunicasse bem, os irmãos me menosprezariam. Mas quando pensei que esse era meu dever, senti um senso de responsabilidade e fui capaz de comunicar com coragem. Embora eu ainda ficasse nervosa durante a comunhão, depois de algumas reuniões, descobri que, depois de ponderar cuidadosamente as palavras de Deus, eu não ficava tão nervosa ao comunicar. Eu não me importava muito se me comunicava bem ou mal, e me senti muito mais à vontade. O fato de eu ter conseguido fazer essa pequena mudança foi resultado da orientação das palavras de Deus. Graças a Deus!