23. Agora consigo enfrentar a morte com serenidade
Eu sempre tive saúde fraca. Depois de me casar, fiquei ocupada cuidando da família e do meu negócio, e não conseguia comer nem descansar na hora certa todos os dias. Anos de correria e exaustão fizeram minha saúde piorar, e eu desenvolvi miocardite, gastrite antral, colecistite e vertigem. Também tive esporões ósseos, e a parte superior da minha coluna doía com frequência. Praticamente meu corpo inteiro estava cheio de doenças. Minha miocardite era especialmente grave, e só de fazer um pouco de trabalho eu ficava com falta de ar e com dificuldade para respirar. Ao longo desses anos, fui atormentada por doenças e sofri muito. Na maior parte do tempo, tudo que eu fazia era descansar em casa, e eu me sentia uma completa inútil. Eu ficava com muita inveja quando via as pessoas na rua cheias de energia, e muitas vezes eu me perguntava: “Quando vou poder ter um corpo saudável como o delas?”.
Em 2004, aceitei a obra de Deus Todo-Poderoso dos últimos dias. Pouco mais de um ano depois, minhas doenças estavam basicamente curadas, e eu era muito grata a Deus. Em silêncio, fiz uma resolução: “Preciso crer em Deus de todo o coração para retribuir Seu amor!”. Depois disso, sempre que via irmãos em dificuldade, eu fazia o meu melhor para ajudá-los, e não importava que dever me era atribuído, eu me empenhava ao máximo para desempenhá-lo. Em 2009, a líder se comunicou comigo e me pediu para regar os recém-chegados. Pensei comigo: “Nosso negócio em casa depende inteiramente de mim, e desempenhar meu dever ocasionalmente não me atrapalha a ganhar dinheiro. Mas se eu regar os recém-chegados, isso vai exigir mais tempo e energia, e, se ninguém cuidar do negócio, ele não terá que fechar?”. Senti-me um pouco em conflito. Mas então lembrei que Deus havia curado minhas doenças e me dado uma graça tão grande; eu sabia que tinha que desempenhar meu dever adequadamente para retribuir Seu amor. Achei que, se eu fosse desistir de ganhar dinheiro agora e me esforçar mais no meu dever, Deus certamente me protegeria e me daria boa saúde, e quando Sua obra terminasse, quem sabe Ele até me protegeria das catástrofes e me permitiria entrar no reino dos céus para desfrutar de grandes bênçãos. Então aceitei esse dever e entreguei o negócio para o meu marido. Às vezes, eu andava dezenas de quilômetros por dia para pregar o evangelho, e quando chegava em casa, meus tornozelos estavam inchados. Mesmo assim, nunca reclamei no meu coração. Quando pensava em receber mais da graça e das bênçãos de Deus no futuro, e em entrar no reino dos céus, eu ficava ainda mais motivada para desempenhar meu dever.
Um dia, em 2017, por acaso, encontrei um nódulo duro no peito. Quando fui ao hospital, o médico disse: “Esse tumor precisa de uma biópsia para determinar se é benigno ou maligno. Se for maligno, você vai precisar de cirurgia”. Fiquei um pouco com medo, e pensei: “Se for maligno, isso não significa que estou condenada? Seria uma doença incurável!”. Mas então pensei: “Sou um ser criado; viver ou morrer está nas mãos de Deus. Se Deus quiser que eu continue vivendo, não morrerei mesmo que tenha câncer”. Com esse pensamento, meu medo diminuiu. Depois que os resultados da biópsia saíram, o médico me disse que eu tinha sido diagnosticada com câncer de mama e marcou a cirurgia, que foi concluída com sucesso em menos de três horas. Eu sabia que isso foi proteção de Deus e me senti muito grata a Ele. Também pensei que, mesmo com essa doença séria, eu não reclamei de Deus, e certamente Ele removeria meu câncer. Depois da cirurgia, fiz quimioterapia. Pensei que teria alta depois disso, mas, para a minha surpresa, o médico disse que a minha situação estava bem grave, e que as células cancerosas já haviam se espalhado para os gânglios linfáticos. Ele disse também que a quimioterapia não tinha sido eficaz e que eu teria de fazer radioterapia. Fiquei completamente atônita. Outros pacientes tinham me contado que a radioterapia é particularmente dolorosa, e que eles vomitavam tudo que comiam e ficavam extremamente fracos. Alguns nem conseguiam andar e precisavam ser empurrados por familiares numa cadeira de rodas. Outros, mesmo com a radioterapia, não conseguiram controlar o câncer e acabaram morrendo. Fiquei com muito medo. Pensei: “A radioterapia é tão dolorosa; será que vou conseguir suportar? Se as células cancerosas não forem controladas após a radioterapia, eu vou morrer? Se eu morrer assim, não perderei a chance de ser salva? Então todos esses anos de sacrifício e dispêndio não terão sido em vão? Por que Deus não me protege, com todos esses meus anos de sofrimento e dispêndio? Vários pacientes do quarto nem acreditam em Deus, mas, depois da quimioterapia, seu câncer foi controlado e eles tiveram alta. Por que eu, que acredito em Deus, estou pior do que os não crentes? Será que Deus me abandonou?”. Pensando nisso, chorei descontroladamente como uma criança e fiquei tão angustiada que não conseguia comer nem dormir. Além disso, fiquei só folheando as palavras de Deus ao lê-las, e nem sequer encontrava palavras para orar. Meu coração estava cheio de escuridão e dor. No meu desespero, ajoelhei-me e orei a Deus: “Deus, só de pensar em fazer radioterapia fico com muito medo. Tenho medo de que, se eu morrer, perderei a chance de ser salva. Deus, estou muito fraca agora. Por favor, guia-me para que eu entenda Tua intenção, e me dá coragem para experienciar esta situação”. Depois de orar, lembrei-me de uma passagem das palavras de Deus: “É correto os humanos seguirem Deus, e quanto mais andarem nessa estrada, mais brilhante ela se tornará. Deus não o desencaminhará e, mesmo que o entregue a Satanás, Ele será responsável até o final. Você deve ter essa fé, e essa é a atitude que seres criados devem ter perante Deus” (A Palavra, vol. 3: Os discursos de Cristo dos últimos dias, “Como conhecer a soberania de Deus”). As palavras de Deus me deram fé. Pensei em Jó. Embora Deus tenha permitido que Satanás tentasse Jó, Ele ordenou que Satanás não tirasse a vida de Jó. Então, mesmo que a carne de Jó tenha sofrido muito, ele não perdeu a vida por causa do dano de Satanás. Embora eu tivesse câncer e meu corpo estivesse muito fraco, o fato de eu ainda estar viva e de a cirurgia ter corrido bem não era também resultado da proteção de Deus? Eu devia ter fé em Deus.
Então, li as palavras de Deus: “Quanto mais Deus refina as pessoas, mais o coração delas é capaz de amar Deus. O tormento em seu coração é benéfico para sua vida, elas são mais capazes de estar em paz diante de Deus, seu relacionamento com Ele fica mais próximo e elas são mais capazes de ver o amor supremo de Deus e Sua suprema salvação. Pedro experienciou o refinamento centenas de vezes e Jó passou por diversas provações. Se desejarem ser aperfeiçoados por Deus, vocês também precisam passar pelo refinamento centenas de vezes — vocês devem passar por esse processo e confiar nessa etapa — somente então vocês serão capazes de satisfazer as intenções de Deus e ser aperfeiçoados por Deus. O refinamento é o melhor meio pelo qual Deus aperfeiçoa as pessoas; só o refinamento e as provações amargas podem revelar o amor verdadeiro a Deus no coração das pessoas. Sem sofrimento, as pessoas carecem do amor verdadeiro a Deus; se não forem provadas por dentro, se não forem sujeitadas ao refinamento verdadeiro, então seu coração estará sempre flutuando do lado de fora. Tendo sido refinado até certo ponto, você verá suas fraquezas e dificuldades próprias, verá do quanto está carecendo e que é incapaz de vencer os muitos problemas que encontra, e verá o quanto se rebelou. Só durante as provações as pessoas são capazes de conhecer verdadeiramente o seu estado real; as provações são ainda mais capazes de aperfeiçoar as pessoas” (A Palavra, vol. 1: A aparição e a obra de Deus, “Só ao experimentar o refinamento o homem pode possuir o amor verdadeiro”). “Em sua crença em Deus, o que as pessoas buscam é obter bênçãos para o futuro; esse é seu objetivo em sua crença. Todas as pessoas têm essa intenção e essa esperança, mas a corrupção em sua natureza deve ser resolvida por meio de provações e refinamento. Quaisquer aspectos nos quais as pessoas não estejam purificadas e revelem corrupção, esses são os aspectos nos quais elas devem ser refinadas — esse é o arranjo de Deus. Deus estabelece um ambiente para você, forçando-o a ser refinado ali para que você possa conhecer sua corrupção. No fim, você chega a um ponto no qual prefere desistir de seus planos e desejos e se submeter à soberania e ao arranjo de Deus, mesmo que isso signifique morrer. Portanto, se não se submeterem a vários anos de refinamento, se não suportarem certa quantidade de sofrimento, as pessoas não serão capazes de se livrar dos constrangimentos da corrupção da carne em seus pensamentos e em seu coração. Quaisquer aspectos nos quais as pessoas ainda estão sujeitas aos constrangimentos de sua natureza satânica, e quaisquer aspectos nos quais elas ainda têm seus desejos e exigências, esses são os aspectos nos quais elas devem sofrer. Somente por meio do sofrimento as lições podem ser aprendidas, lições essas que significam ser capaz de ganhar a verdade e entender as intenções de Deus. Na verdade, muitas verdades são entendidas por meio de vivenciar sofrimento e provações. Ninguém pode entender as intenções de Deus, reconhecer a onipotência e a sabedoria de Deus nem apreciar o caráter justo de Deus quando está num ambiente confortável e tranquilo ou quando as circunstâncias são favoráveis. Isso seria impossível!” (A Palavra, vol. 3: Os discursos de Cristo dos últimos dias, “Parte 3”). Depois de ler as palavras de Deus, entendi um pouco mais sobre Sua intenção. Deus prova e refina as pessoas para purificá-las, forçando-as a buscar a verdade e a conhecer sua corrupção, suas impurezas e intenções. Isso permite que as pessoas ganhem um entendimento verdadeiro de Deus e desenvolvam amor genuíno por Ele. Ter câncer não ocorreu porque Deus estava tentando me revelar e eliminar, mas porque eu tinha um caráter corrupto e impurezas na minha crença. É somente por meio desse tipo de situação que essas coisas podem ser reveladas. Antes, eu abri mão do meu negócio para acreditar em Deus e desempenhar meu dever, e por mais que sofresse no meu dever, eu não reclamava. Sempre tratei esses sacrifícios e dispêndios como capital diante de Deus, e até achava que era alguém que se submetia a Deus e O amava. Mas agora que eu tinha câncer e precisava de radioterapia, eu não tinha a menor fé em Deus e O entendia mal, pensando que Ele não me queria mais. Até usei meus esforços e dispêndios como capital para tentar argumentar com Deus, reclamando que Ele não estava me protegendo. Eu vi que eu era verdadeiramente rebelde, e cheia de exigências e expectativas em relação a Deus. Sem experienciar essa doença, eu nunca teria conhecido meu caráter corrupto ou minhas intenções incorretas ao crer em Deus. Se não mudasse nada até o fim da Sua obra, eu perderia completamente minha chance de salvação. Nessa doença que enfrentei, Deus não estava tentando me eliminar, mas sim me salvar! Só que eu não compreendi Sua intenção e até O entendi mal e reclamei Dele. Pensando nisso, senti vergonha e remorso profundos. Orei silenciosamente a Deus no meu coração, disposta a me arrepender para Ele e buscar a verdade para refletir sobre o meu caráter corrupto.
Na minha busca, li as palavras de Deus: “O relacionamento do homem com Deus é meramente de um interesse próprio nu e cru. É um relacionamento entre um receptor e um doador de bênçãos. Para colocar de forma mais clara, é o relacionamento entre um empregado e um empregador. O empregado trabalha muito apenas para receber as recompensas concedidas pelo empregador. Não há afeto familiar em tal relacionamento baseado em interesses, apenas transação. Não há amar nem ser amado, apenas caridade e misericórdia. Não há entendimento, apenas indignação impotente suprimida e engano. Não há intimidade, apenas um abismo intransponível. Agora que as coisas chegaram a esse ponto, quem pode reverter esse curso? E quantas pessoas são capazes de entender verdadeiramente o quanto esse relacionamento se tornou terrível? Acredito que, quando as pessoas se imergem na alegria de ser abençoadas, ninguém pode imaginar como é embaraçoso e feio um relacionamento assim com Deus” (A Palavra, vol. 1: A aparição e a obra de Deus, “Apêndice 3: O homem só pode ser salvo em meio ao gerenciamento de Deus”). “Qual é o problema com as pessoas sempre fazendo exigências a Deus? E qual é o problema com elas sempre tendo noções sobre Deus? O que está contido na natureza do homem? Eu descobri que, independentemente do que aconteça com elas ou daquilo com que estejam lidando, as pessoas sempre protegem seus interesses e se preocupam com sua carne, e sempre procuram razões ou desculpas que as sirvam. Elas não buscam nem aceitam a verdade nem um pouco, e tudo o que fazem é justificar sua própria carne e planejar em prol de suas perspectivas. Todas elas solicitam a graça de Deus, querendo ganhar quaisquer vantagens que puderem. Por que as pessoas fazem tantas exigências a Deus? Isso prova que as pessoas são gananciosas por natureza, e que, diante de Deus, elas não possuem a menor razão. Em tudo que as pessoas fazem — estejam elas orando ou comunicando ou pregando —, suas buscas, seus pensamentos e aspirações, todas essas coisas são exigências feitas a Deus e tentativas de solicitar coisas Dele, todas são feitas pelas pessoas na esperança de ganhar algo de Deus. Algumas pessoas dizem que ‘isso é a natureza humana’, o que está correto! Além disso, o fato de as pessoas fazerem exigências demais a Deus e terem desejos extravagantes demais prova que elas são realmente carentes de consciência e razão. Todas demandam e solicitam coisas em prol de si mesmas, ou tentam argumentar e arranjar desculpas para si — elas fazem tudo isso para si mesmas. Em muitas coisas, pode-se ver que o que as pessoas fazem é totalmente desprovido de razão, o que é prova completa de que a lógica satânica de ‘cada um por si e o demônio pega quem fica por último’ já se tornou a natureza do homem. Qual problema é ilustrado por as pessoas fazerem exigências demais de Deus? Isso ilustra que as pessoas foram corrompidas por Satanás até certo ponto, e que, em sua crença em Deus, elas não O tratam como Deus nem um pouco” (A Palavra, vol. 3: Os discursos de Cristo dos últimos dias, “As pessoas fazem exigências demais a Deus”). Deus expõe que a natureza do homem é egoísta e desprezível, e que, não importa o que ele faz, é tudo para benefício próprio. Mesmo sua fé em Deus carrega intenções pessoais, e ele espera em vão trocar o sofrimento e o dispêndio exterior por uma boa destinação. O que Deus expôs era exatamente o meu estado. Antes de encontrar a Deus, eu estava cheia de doenças; depois que O encontrei, minhas doenças foram todas curadas. Então, dei graças e louvores a Deus e resolvi retribuir Seu amor, e não importava qual dever a igreja arranjava para mim, eu o executava ativamente. Até deixei de lado meu negócio e me despendi por Deus em tempo integral. Quando descobri que tinha câncer, embora eu parecesse um tanto submissa, na realidade eu estava tentando trocar a “submissão” pela proteção de Deus, esperando que Ele curasse a minha doença. Quando vi não crentes se recuperando do câncer enquanto eu ainda tinha que fazer radioterapia após a quimioterapia — não apenas enfrentando o sofrimento, mas também o perigo de vida —, eu mostrei o que realmente sou. Comecei a reclamar que Deus não me protegia, e exigi, sem razão, que Ele removesse a minha doença. Eu vi que a minha fé era motivada por intenções de ganhar bênçãos, e que todos os meus anos de esforço e dispêndio não foram para cumprir o dever de um ser criado, mas para tentar trocar meu sofrimento e dispêndio por graça, bênçãos e recompensas celestiais. Eu era verdadeiramente egoísta e desprezível. Paulo pregou o evangelho por grande parte da Europa e sofreu muito, mas foi para exigir recompensas e uma coroa de Deus. No final, ele ainda disse estas palavras descaradas: “Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé. Desde agora, a coroa da justiça me está guardada” (2 Timóteo 4:7-8). Meus esforços e dispêndios, como os de Paulo, estavam cheios de intenções, e eu não tinha nenhuma sinceridade ou lealdade para com Deus. Eu tratava Deus como minha última tábua de salvação, como um empregador que me dava recompensas e salários. Meu sofrimento e meu dispêndio eram apenas para obter benefícios de Deus. Nisso, eu estava tentando enganar e explorar a Deus. Isso é verdadeiramente detestável para Ele. Se eu não revertesse as perspectivas errôneas por trás da minha busca e não buscasse mudança de caráter, então, por mais ativamente que desempenhasse o dever, ainda assim eu não alcançaria a salvação no final. No coração, orei a Deus: “Deus, por meio desta experiência de câncer, vi que, embora creia em Ti há muitos anos, eu não tive sinceridade nem lealdade para Contigo. Mesmo no meu dever, eu só estava tentando exigir graça e bênçãos de Ti. Agora vejo quão egoísta e desprezível eu sou. Deus, não desejo mais me rebelar contra Ti desse jeito. Não importa que situação me aconteça, estou disposta a focar a busca da verdade e me submeter a Tuas orquestrações e Teus arranjos”.
Durante um dos meus devocionais, li as palavras de Deus: “Não há correlação entre o dever do homem e se ele recebe bênçãos ou sofre infortúnio. O dever é o que o homem deve cumprir; é sua vocação providencial, e ele deveria desempenhá-lo sem buscar recompensa, sem condições ou razões. Só isso pode ser chamado de desempenhar seu dever. Receber bênçãos se refere às bênçãos das quais uma pessoa desfruta quando é aperfeiçoada após experienciar julgamento. Sofrer infortúnio se refere à punição que uma pessoa recebe quando seu caráter não muda depois de ter passado por castigo e julgamento — ou seja, quando ela não é aperfeiçoada. Mas, independentemente de receberem bênçãos ou sofrerem infortúnio, os seres criados devem cumprir seu dever, fazer o que devem fazer e fazer o que são capazes de fazer; isso é o mínimo que uma pessoa, uma pessoa que busca a Deus, deveria fazer. Você não deve desempenhar o seu dever apenas para receber bênçãos e não deve se recusar a desempenhar seu dever por medo de sofrer infortúnio. Deixe-Me dizer-lhes uma coisa só: o desempenho do homem de seu dever é o que ele deve fazer e, se ele é incapaz de desempenhar seu dever, então isso é a sua rebeldia. É através do processo de desempenhar o seu dever que o homem é gradualmente mudado e é através desse processo que ele demonstra sua lealdade. Assim, quanto mais você for capaz de desempenhar o seu dever, mais você conseguirá ganhar quantidade maior da verdade e mais prática sua expressão se tornará. Aqueles que simplesmente agem sem se envolver ao desempenhar seu dever e não buscam a verdade serão eliminados no fim, pois tais pessoas não desempenham seu dever na prática da verdade e não praticam a verdade no desempenho de seu dever. Elas são aquelas que permanecem inalteradas e sofrerão infortúnio. Suas expressões não só são impuras, mas tudo que expressam é maligno” (A Palavra, vol. 1: A aparição e a obra de Deus, “A diferença entre o ministério de Deus encarnado e o dever do homem”). Depois de ler as palavras de Deus, ganhei um entendimento correto do significado de desempenhar o dever. Somos seres criados, então desempenhar nosso dever é perfeitamente natural e justificado. É o que devemos fazer. Não deveríamos usar isso como moeda de troca para fazer acordos com Deus. Recebermos bênçãos ou sofrermos infortúnios não tem nada a ver com o nosso desempenho do dever — não é que simplesmente desempenhar nosso dever garante bênçãos no final. O que Deus observa é se houve mudança no nosso caráter. Se passarmos pelo julgamento e pelo castigo das palavras de Deus e o nosso caráter corrupto mudar, e ganharmos submissão genuína a Deus e pudermos cumprir o dever de um ser criado, somente então poderemos ganhar a aprovação de Deus. Se o nosso caráter corrupto não tiver sido purificado, então, não importa quanto corramos por aí ou nos despendamos, ainda assim não ganharemos bênçãos. Lembrei-me de quando essa doença era uma questão de vida ou morte. Eu usei meu sofrimento e meu dispêndio de antes como capital para exigir que Deus me protegesse, pensando erroneamente que, por eu ter pago um preço, Ele devia me conceder graça. Eu havia desfrutado de tantas graças e bênçãos de Deus, mas não considerava meu dever como minha responsabilidade. Eu pedia a Deus bênçãos e recompensas por apenas um pouco de esforço ou dispêndio. Eu realmente não tinha consciência nem razão! Deus me tirou do vasto mar de pessoas de volta para Sua casa e me permitiu desempenhar um dever. Sua intenção era que eu buscasse a verdade enquanto desempenhava meu dever, e que eu mudasse meu caráter corrupto, para que, nisso, eu pudesse ser purificada e salva. Eu deveria me submeter a Deus e buscar satisfazê-Lo. Pensando nisso, fiz uma resolução em silêncio: “Se, depois da radioterapia, meu câncer não for curado, mesmo que eu morra, continuarei disposta a me submeter às orquestrações e aos arranjos de Deus, e não reclamarei mais Dele. Se o câncer puder ser curado com a radioterapia, então, depois, buscarei a verdade com ainda mais fervor, e cumprirei meu dever para retribuir Seu amor”. Quando entendi essas coisas, parei de pensar tanto, e pedi ao meu marido que me levasse ao hospital para a radioterapia. Chegando lá, o médico me pediu para levantar o braço para fazer um molde de posicionamento para a radioterapia, mas meu braço doía tanto que eu não conseguia nem erguê-lo à altura do ombro. A máquina não conseguiu mirar na área afetada, e o molde não pôde ser feito. O médico não teve escolha a não ser me mandar para casa para eu me exercitar por alguns dias, e então voltar quando conseguisse erguer o braço. Ao chegar em casa, não me permiti demorar e fiquei me exercitando. Contudo, depois de três dias, eu ainda não conseguia levantar o braço. Deitada ali, na cama do hospital, orei silenciosamente a Deus: “Deus, tanto se eu puder ou não fazer a radioterapia sem problemas hoje, estou disposta a me submeter a Tuas orquestrações e arranjos!”. Sem nem perceber, consegui levantar o braço e apoiá-lo atrás da cabeça. Quando viu isso, imediatamente o médico fez o molde para mim. Durante a radioterapia, não sofri muito, nem tive muitos efeitos colaterais; eu tinha certeza de que isso era a proteção de Deus para mim. Senti-me verdadeiramente grata a Ele. Dessa forma, após dezessete sessões de radioterapia, minha doença foi controlada. Depois disso, continuei a desempenhar deveres junto aos irmãos.
Em 2020, eu estava desempenhando o dever de hospedagem. Por necessidade do trabalho, ocasionalmente eu precisava sair para resolver coisas, e às vezes, depois de terminar as tarefas, eu voltava para casa à noite sentindo-me muito cansada. Lembrei-me do que um paciente disse uma vez, no hospital: “Depois de ter câncer, você não pode se esforçar demais, senão ele pode voltar facilmente. Se voltar, o câncer pode não ter mais cura”. O médico também me aconselhou a descansar mais e não me sobrecarregar. Em particular, quando pensei em todos os casos de morte por reincidência de que ouvi falar enquanto estava no hospital, senti um pouco de medo. E se o câncer voltasse? Eu morreria por causa dele? Só que, nessa época, o Partido Comunista Chinês estava prendendo irmãos freneticamente, e eu precisava proteger o ambiente e mantê-los seguros, então simplesmente não tive tempo para ir ao hospital para uma consulta de acompanhamento. Embora parecesse perseverar no dever, eu vivia sempre preocupada com a doença, e, de vez em quando, pensava comigo: “Embora minha saúde seja fraca, nunca deixei de desempenhar meu dever em todos estes anos. Certamente Deus evitará que o câncer volte, certo?”. Percebi que estava mais uma vez tentando fazer acordos com Deus, então orei rapidamente a Ele para me rebelar contra essa minha intenção. Mais tarde, li uma passagem das palavras de Deus e passei a ver a questão da vida e da morte com mais clareza. Deus diz: “Uma pessoa que ganhou, após experienciar várias décadas da vida humana, o conhecimento da soberania do Criador é uma pessoa com uma apreciação correta do significado e do valor da vida. Essa pessoa tem um conhecimento profundo do propósito da vida, tem experiência e compreensão reais da soberania do Criador, e, mais ainda, é capaz de se submeter à autoridade do Criador. Tal pessoa compreende o significado de o Criador criar a humanidade, compreende que o homem deve adorar o Criador, que tudo que o homem possui vem do Criador e retornará a Ele algum dia não distante no futuro. Tal pessoa compreende que o Criador arranja o nascimento do homem e tem soberania sobre a morte do homem, e que tanto a vida quanto a morte são predestinadas pela autoridade do Criador. Por isso, quando uma pessoa verdadeiramente compreende essas coisas, naturalmente ela será capaz de encarar a morte com calma, de deixar de lado todas as suas coisas externas com calma, de aceitar e submeter-se alegremente a tudo que vem a seguir e dar as boas-vindas à última conjuntura da vida arranjada pelo Criador, em vez de temê-la e lutar contra ela cegamente” (A Palavra, vol. 2: Sobre conhecer a Deus, “O Próprio Deus, o Único III”). Depois de ler as palavras de Deus, entendi que o nascimento, o envelhecimento, a doença e a morte estão todos nas mãos de Deus, e que a hora da morte de uma pessoa foi predestinada por Deus. Não é como dizem os não crentes, que o excesso de trabalho faz o câncer voltar, o que leva à morte. Se Deus predestinou que eu viva apenas até certa idade, então, mesmo que eu descanse todos os dias na cama e não me esforce demais, ainda assim não conseguirei escapar da morte. Se eu parasse de desempenhar meu dever por medo de o câncer voltar, isso seria uma verdadeira rebeldia contra Deus. Mesmo que o câncer não acabasse voltando, se eu não tivesse cumprido meu dever, minha vida teria sido vazia, e eu seria detestada por Deus. Também entendi que viver ou morrer depende da soberania e dos arranjos de Deus, e minhas preocupações e apreensões não podem mudar isso. O que devo fazer é me submeter aos arranjos de Deus e cumprir meu dever. Então, mesmo que um dia eu deixe este mundo, minha vida terá valido a pena. Percebendo isso, não receei mais se meu câncer voltaria e se eu morreria.
Então, li outra passagem das palavras de Deus, e a senda de prática ficou ainda mais clara. Deus Todo-Poderoso diz: “Se, em sua fé em Deus e em sua busca da verdade, você é capaz de dizer: ‘Não importa que doença ou evento desagradável Deus permita sobrevir-me — não importa o que Deus faça —, devo me submeter e continuar no meu lugar como um ser criado. Antes de mais nada, devo colocar em prática esse aspecto da verdade — a submissão; devo implementar isso e viver a realidade da submissão a Deus. Ademais, não devo descartar a comissão de Deus para mim e o dever que deveria desempenhar. Devo me apegar ao meu dever até meu último suspiro’, isso não é dar testemunho? Quando tem esse tipo de determinação e esse tipo de estado, você ainda é capaz de se queixar de Deus? Não, não é. Em momentos como esse, você pensará: ‘Deus me dá esse fôlego, Ele tem provido para mim e me protegido durante todos esses anos, Ele tem tirado tanta dor de mim, me dado tanta graça e muitas verdades. Entendi muitas verdades e mistérios que as pessoas não entendem há gerações. Ganhei tanto de Deus, portanto devo retribuir a Ele! Antes, minha estatura era baixa demais, eu não entendia nada, e tudo que eu fazia feria Deus. Posso não ter outra oportunidade de retribuir a Deus, no futuro. Não importa quanto tempo me reste para viver, devo oferecer a pouca força que tenho e fazer o que puder para Deus, para que Deus possa ver que todos esses anos de provisão para mim não foram em vão, mas deram fruto. Deixe-me trazer conforto para Deus e não mais O ferir nem decepcionar’. Que tal pensar assim? Não pense em como salvar a si mesmo ou em como escapar, pensando: ‘Quando essa doença será curada? Quando for curada, farei tudo o que puder para desempenhar meu dever e ser leal. Como posso ser leal estando doente? Como posso desempenhar o dever de um ser criado?’. Enquanto você tiver um único fôlego, você não é capaz de desempenhar seu dever? Enquanto lhe restar um único suspiro, você é capaz de não envergonhar a Deus? Enquanto lhe restar um único suspiro, enquanto sua mente estiver lúcida, você é capaz de não se queixar de Deus? (Sim.) É fácil dizer ‘sim’ agora, mas não será tão fácil assim quando isso realmente acontecer com você. Portanto, vocês devem buscar a verdade, trabalhar bastante na verdade com frequência e gastar mais tempo pensando: ‘Como posso satisfazer as intenções de Deus? Como posso retribuir o amor de Deus? Como posso desempenhar o dever de um ser criado?’. O que é um ser criado? A responsabilidade de um ser criado é apenas ouvir as palavras de Deus? Não — é viver as palavras de Deus. Deus lhe deu tanta verdade, tanto do caminho e tanta vida para que você possa viver essas coisas e dar testemunho Dele. É isso que deve ser feito por um ser criado e é sua responsabilidade e obrigação” (A Palavra, vol. 3: Os discursos de Cristo dos últimos dias, “Só na leitura frequente das palavras de Deus e na contemplação da verdade existe um caminho adiante”). Entendi que a exigência de Deus para nós é muito simples: é viver a realidade da submissão; e que, não importa se enfrentamos doenças ou outras adversidades, devemos cumprir nosso dever. Minha vida é dada por Deus, e, dali para a frente, se a minha doença ia voltar e se eu ia morrer, tudo isso estava nas mãos de Deus, e eu estava disposta a me submeter às orquestrações e aos arranjos de Deus. Eu apenas me sentia um pouco cansada fisicamente, mas isso não significava que o câncer tinha voltado, e eu não estava tão exausta a ponto de não conseguir me levantar da cama. Especialmente com o PC Chinês prendendo irmãos freneticamente, eu deveria me concentrar no dever, e deveria orar e confiar em Deus para proteger os irmãos, para que pudessem desempenhar seus deveres em paz. Depois disso, apenas continuei a desempenhar meu dever como de costume. Às vezes, eu descansava mais quando sentia incômodo no corpo, e, quando me sentia melhor, eu me levantava e lia as palavras de Deus. Quando precisava sair para resolver coisas, eu saía como de costume, sem pensar muito na doença. Um tempo depois, fui ao hospital para uma consulta de acompanhamento, e o câncer não tinha voltado. Tenho desempenhado meu dever assim, indo ao hospital para consultas de acompanhamento a cada poucos meses, e, agora, vários anos se passaram e o câncer ainda não voltou. Sou verdadeiramente grata pela proteção e pela orientação de Deus.
Por meio dessa doença, passei a entender mais da intenção de Deus de salvar a humanidade, e vi que, não importa que situações Deus estabeleça, todas são para purificar o homem e remover seu caráter corrupto e as impurezas da sua fé. Ao mesmo tempo, também passei a entender que, enquanto uma pessoa está viva, ela deve buscar a verdade, submeter-se à soberania e aos arranjos de Deus, e cumprir seu dever. Essa é a única maneira de viver com significado e valor. De agora em diante, buscarei a verdade com fervor, buscarei mudança de caráter e cumprirei meu dever para satisfazer a Deus. Graças a Deus!