98. Como saí do hospital psiquiátrico

Por Chenxiao, China

No segundo semestre de 2006, aceitei a obra de Deus Todo-Poderoso dos últimos dias. Participando de reuniões e lendo as palavras de Deus, passei a entender que os seres humanos foram criados por Deus e que nosso sopro de vida vem Dele. Também percebi que o casamento e a família são preordenados por Deus; portanto, me dispus a aceitar meu casamento insatisfatório e me libertei da dor. Posteriormente, comecei a desempenhar meus deveres na igreja da melhor forma possível, e minha vida se tornou muito mais gratificante. No início, meu marido sabia que eu acreditava em Deus, mas não me perseguiu e disse que cada um tem suas próprias crenças. Um tempo depois, ele viu o Partido Comunista Chinês caluniando e difamando a Igreja de Deus Todo-Poderoso na internet e começou a se opor à minha fé.

No segundo semestre de 2009, quando voltei para casa depois de uma reunião, meu avô, meu tio e minha tia me aguardavam lá. Pela cara deles, sabia que estavam ali por causa da minha crença em Deus. Meu tio mais velho me acusou: “Você não sabe que crer em Deus é proibido pelo governo e que pode ser presa? Se for presa, condenada à prisão e torturada, não terá ninguém para culpar a não ser você mesma!”. Os outros parentes concordaram com ele. Meu tio então me ameaçou: “Você simplesmente não vai nos ouvir, vai? Ótimo! Se não pudermos detê-la, deixaremos que a lei se encarregue de você! Nós a levaremos à delegacia de polícia!”. Ao vê-los me perseguindo daquela forma e ameaçando me mandar para a delegacia, fiquei muito preocupada. Pensei: “E se eles realmente me mandarem para a cadeia? Meu filho ainda é tão jovem — quem cuidaria dele? Se a polícia viesse e meus vizinhos vissem, pensariam que enlouqueci por crer em Deus? Talvez eu devesse apenas dizer aos meus parentes que não creio mais para que eles possam ir embora logo”. Então, eu disse que não creria mais em Deus. Quando disse isso, eles pararam de me pressionar. Naquele momento, arrependi-me de ter dito aquilo a eles. Mas, quando pensei em como é difícil a senda da fé e na perseguição e nos insultos que estava sofrendo de minha família, senti-me fraca por dentro. Então orei a Deus, pedindo-Lhe que me desse força e fé para continuar. Mais tarde, li as palavras de Deus: “Não há pessoa alguma entre vocês que seja protegida pela lei — antes, vocês são sancionados pela lei. Mais problemático ainda é que as pessoas não entendem vocês: sejam seus parentes, seus pais, seus amigos ou seus colegas, nenhum deles entende vocês. Quando vocês são abandonados por Deus, é impossível, para vocês, continuar vivendona terra, mas, mesmo assim, as pessoas não suportam estar longe de Deus, que é o significado de Deus conquistar as pessoas, e é a glória de Deus(A Palavra, vol. 1: A aparição e a obra de Deus, “A obra de Deus é tão simples quanto o homem imagina?”). As palavras de Deus me comoveram profundamente, e lágrimas rolaram pelo meu rosto. Senti que Deus estava bem ao meu lado, confortando-me. Ele não estava olhando a minha fraqueza e insensatez, e sabe que nossa crença Nele é penalizada pela lei e mal compreendida por nossa família, e que sofreremos essas coisas. Deus realmente nos entende. Depois de ler as palavras de Deus, recuperei minha fé e decidi que, independentemente do que acontecesse, eu jamais negaria ou trairia a Deus, seguiria a Ele de todo o coração e desempenharia meu dever. Mas meu marido ainda me perseguia.

Em março de 2013, por volta das 9 horas da noite, eu voltei para casa depois de pregar o evangelho. Quando meu marido viu que eu estava de volta, disse que estava saindo para comprar cigarros. Para minha surpresa, trouxe com ele quatro policiais. O chefe de polícia me interrogou, querendo saber onde eu tinha estado recentemente, mas eu não disse nada. Eles me acusaram de “participar de uma seita e obstruir a aplicação da lei” e me algemaram. Em seguida, levaram-me para a delegacia de polícia. Na sala de interrogatório, começaram a me questionar sobre minha crença em Deus. Quando não conseguiram obter as informações que queriam de mim, tentaram me enrolar com conversa mole: “Onde seu filho estuda? Como estão as notas dele? O governo se opõe à sua fé, portanto, se continuar com essa fé, arruinará o futuro do seu filho!”. Ao ouvir as palavras dos policiais, pensei comigo mesma: “Satanás sabe que minha maior preocupação é meu filho, por isso está usando o futuro dele para me ameaçar. Ele quer que eu negue e traia a Deus. Não posso cair na armadilha de Satanás!”. Adverti-me em pensamento: “Não posso de forma alguma cair na armadilha deles”. Vendo que eu estava irredutível, os policiais trouxeram minha tia mais próxima para tentar me persuadir. Ao ver minha tia do lado da polícia, fui tomada pela raiva e pensei: “Já não lemos as palavras de Deus juntas antes? Você sabe que os crentes não são como a polícia diz que eles são. Agora que fui presa, você não só está se recusando a defender o que é certo, mas está até tomando o partido deles!”. Com raiva, eu lhe disse para ir embora antes que ela pudesse terminar de falar. Mais tarde, os policiais conversaram com meu marido do lado de fora da delegacia por alguns minutos e depois me forçaram a entrar numa viatura da polícia.

Por volta das 10 horas da noite, eles me mandaram para um hospital psiquiátrico. Assim que saí do carro, dois policiais na faixa dos 30 anos me agarraram pelos braços, arrastaram-me para a recepção do hospital e me entregaram ao diretor. Eles não me disseram nada nem me examinaram, apenas amarraram minhas mãos com uma corda e me empurraram para uma sala com uma porta de ferro. Senti como se tivesse sido jogada numa jaula; estava totalmente à mercê deles. Eu não sabia o que fariam comigo. Fiquei nervosa e com medo, então orei em silêncio a Deus, pedindo que me guiasse. Assim que entrei na sala, senti um cheiro desagradável, que me fez sentir náuseas e vontade de vomitar. Pensei: “Como alguém pode viver num lugar assim?”. Eles me levaram para uma sala onde ficavam as pacientes psiquiátricas do sexo feminino, e então duas pessoas me amarraram com agressividade a uma cama, prendendo meus punhos nos cantos da cabeceira e minhas pernas na outra extremidade. Seis ou sete pacientes ficaram ao redor da cama, olhando para mim, algumas com os cabelos desgrenhados e outras com um olhar vago. Pensei comigo mesma: “Este não é um lugar para loucos? O que vai ser de mim aqui?”. Antes que eu pudesse pensar mais, o diretor pegou uma injeção e se preparou para aplicá-la em mim. Ao ver o líquido vermelho na seringa, fui invadida pelo medo; não tinha ideia do tipo de medicamento que iriam me injetar. Será que isso me faria perder a razão? Eu disse: “Não estou doente, não estou louca. Por que está me aplicando uma injeção?”. Tentei me debater, mas não conseguia me mexer porque estava amarrada. O diretor me aplicou a injeção nas nádegas à força e gritou: “Cale a boca! Se não é louca, então o que é?”. Pensei nos métodos que o PC Chinês usa para devastar o povo escolhido de Deus. Em alguns injetam até drogas para causar colapsos mentais, de modo que não possam mais crer em Deus. Fiquei muito nervosa e com medo. Será que essa injeção me faria perder a razão? Se eu enlouquecesse, não seria capaz de crer em Deus. Em minha impotência, não consegui conter um choro incontrolável. Em silêncio, orei a Deus no coração: “Deus, estou me sentindo tão fraca neste momento! Não sei que tipo de injeção estão me aplicando e tenho medo de enlouquecer. Por favor, protege-me”. Depois de orar, percebi que o fato de eu enlouquecer ou não estava nas mãos de Deus, e meu coração ficou um pouco mais tranquilo. Por volta da 1 hora da manhã, uma enfermeira finalmente soltou meus braços e pernas, e mergulhei num sono nebuloso.

Acordei por volta das 5 horas da manhã seguinte e vi várias pacientes em volta da minha cama. Uma delas estendeu a mão, tentando beliscar minha orelha. Essa cena me encheu de terror, então, rapidamente puxei o cobertor sobre a cabeça e me encolhi. Arrepios percorriam meu couro cabeludo, e pensei comigo mesma: “Eu costumava evitar os doentes mentais na rua, mas agora estou vivendo com eles. Como vou conseguir passar por isso? Não tenho ideia de quanto tempo ficarei presa neste lugar infernal”. Então, orei a Deus. Pensei em Daniel, que foi jogado na cova dos leões. Ele orou a Deus, e Deus estava com ele. Os leões não se atreveram a feri-lo; em vez disso, eles lhe fizeram companhia. No final, Daniel saiu da cova dos leões absolutamente ileso. Ele orou a Deus e viu os feitos Dele. Eu também tinha de orar a Deus e confiar Nele para experienciar essa situação. Com esse pensamento, não senti tanto medo. Depois do café da manhã, ouvi o enfermeiro nos chamar para tomar os remédios e meu coração começou a acelerar outra vez: “Não estou doente — será que esse remédio vai me enlouquecer ou entorpecer minha mente? Será que vou acabar em total desgraça como um daqueles lunáticos nas ruas?”. Eu os vi medicando à força uma menina de cerca de 12 ou 13 anos, e fiquei completamente apavorada. Rapidamente me escondi no último quarto, mas o enfermeiro veio mesmo assim e mandou que eu tomasse o remédio. Disse-me com severidade: “Agora que você está aqui, será tratada como uma paciente, esteja doente ou não!”. Mesmo assim, recusei-me a tomar o remédio. Depois de um tempo, alguém veio com uma corda, pronto para me amarrar, e me ameaçou: “Então, você não vai tomar o remédio? Se não tomar, vamos amarrá-la e forçá-la a engolir! Então, vai tomar o remédio por bem ou por mal?”. Desamparada e impotente, orei a Deus. Lembrei-me das palavras Dele: “Retorne agora à presença de Deus Todo-Poderoso sempre que puder. Peça-Lhe tudo. Ele certamente esclarecerá você por dentro e, em momentos cruciais, protegerá você. Não tenha medo! Ele já possui todo o seu ser. Com a Sua proteção e Seu cuidado, o que há para você temer? […] O céu pode mudar em um instante, mas o que há para você temer? Com o mais leve movimento de Sua mão, céu e terra são aniquilados imediatamente. Então, o que o homem pode ganhar ficando ansioso? Não está tudo nas mãos de Deus?(A Palavra, vol. 1: A aparição e a obra de Deus, “Declarações de Cristo no princípio, Capítulo 42”). As palavras de Deus me deram força e fé. Não está tudo nas mãos Dele? Minha vida também está e, se eu enlouqueceria depois de tomar o medicamento, isso também dependia de Deus e, sem a Sua permissão, eu não ficaria mentalmente doente. Pensando nisso, meu coração se acalmou. O enfermeiro me entregou seis ou sete comprimidos, e eu os tomei com relutância. Mais tarde, ele nos mandou entrar na fila para tomar mais uma vez a medicação. Eu queria jogar os comprimidos fora quando não estivessem olhando, no entanto, eles nos observavam com atenção. Uma pessoa distribuía os remédios e outra nos supervisionava enquanto os tomávamos. Uma paciente não tomou o remédio como mandaram, e eles a golpearam na cabeça com um grande molho de chaves, depois lhe desferiram socos e pontapés com violência. Eu sabia que, se não fizesse o que mandavam, eu seria forçada a engolir os remédios ou espancada. Sentia-me impotente e não tive escolha a não ser tomar a medicação. Lembrei que estava apenas crendo em Deus e seguindo-O, mas a polícia tinha me enviado para um hospital psiquiátrico onde, embora eu não fosse louca, era tratada como louca e torturada com injeções e remédios. Essas pessoas eram realmente cruéis! Eu tinha que tomar remédios duas vezes por dia, todos os dias. Sentia-me péssima e não fazia ideia do que poderia acontecer comigo depois de tomar tanta medicação. Quando me sentia solitária e desamparada, lembrei-me de alguns hinos que tinha aprendido e comecei a cantarolá-los. Cantei: “Embora a senda para amar a Deus esteja repleta de obstáculos, ganharei fé ao agir com base nas palavras de Deus. Por maiores que sejam as tribulações, serei leal até a morte, amarei a Deus e darei testemunho Dele para sempre!” (Seguir o Cordeiro e cantar cânticos novos, “Deus tem estado conosco até o dia de hoje”). “As palavras de Deus têm grande autoridade. Elas nos conduzem ao superar as adversidades, e nos guiam e nos protegem a todo momento, fazendo-nos sentir a bondade e a amabilidade de Deus ainda mais intensamente. Nossa fé se aperfeiçoa nas adversidades e passamos a ver a sabedoria e a onipotência de Deus. Não importa que provações recaiam sobre nós, nosso coração que ama a Deus nunca mudará” (Seguir o Cordeiro e cantar cânticos novos, “As palavras de Deus conquistaram nosso coração”). Quanto mais eu cantava, mais força sentia dentro de mim, e tinha a fé de que precisava para experienciar essa situação. Embora eu estivesse num hospital psiquiátrico, sob o controle deles, privada de liberdade, e estivesse sendo forçada a tomar remédios todos os dias e torturada com drogas, ainda sentia que Deus não havia me abandonado. Independentemente do que viesse a seguir, eu confiaria em Deus para experienciar aquilo e jamais O abandonaria ou trairia.

Um mês depois, comecei a sofrer de uma grave insônia. Dia e noite, não conseguia dormir. Vivia irritada e inquieta, e sentia como se meu coração estivesse prestes a saltar do peito. Durante o dia, eu ficava sentada por alguns minutos e depois sentia vontade de me levantar e caminhar, mas, depois de andar por alguns minutos, eu queria me sentar novamente. À noite era a mesma coisa; depois de alguns minutos de sono, eu queria me levantar outra vez e, enquanto todos os outros dormiam, eu ficava sozinha andando pelo corredor do lado de fora do quarto. Mal conseguia respirar, minha mente estava turva e parecia que eu estava à beira de um surto psiquiátrico. Quando via pacientes insanos que não dormiam nem de dia nem de noite e gritavam constantemente quando estavam passando por um episódio, eu pensava comigo mesma: “Será que não consigo dormir porque estou ficando louca? Se eu realmente enlouquecer, não poderei mais crer em Deus, e então qual seria o sentido de continuar vivendo? Talvez eu devesse simplesmente morrer; pelo menos assim não teria que sofrer mais essa tortura”. Em minha dor, vim para diante de Deus e abri meu coração a Ele: “Deus, sinto que vou ter um colapso mental e meu coração está sofrendo muito. Por favor, protege-o, pois não posso deixá-Lo”. Depois de orar, lembrei-me de algumas das palavras de Deus: “Se você não conseguir dar testemunho diante de Satanás, Satanás rirá de você, tratá-lo-á como uma piada, como um brinquedo, fará você de bobo com frequência e levará você à loucura(A Palavra, vol. 1: A aparição e a obra de Deus, “Apenas amando a Deus é que verdadeiramente se crê em Deus”). Se eu escolhesse morrer por não conseguir suportar tal tortura mental e perdesse a fé em Deus, então o esquema de Satanás seria bem-sucedido. Satanás desejava que eu me tornasse negativa, fraca e distante de Deus, mas eu não podia cair nos truques ou esquemas satânicos. Enlouquecendo ou não, eu não poderia buscar a morte. Tinha que viver adequadamente e acreditar que tudo está nas mãos de Deus. Aos poucos, consegui dormir e não me sentia mais inquieta.

À medida que os dias passavam, ninguém me dizia quanto tempo eu ficaria ali. Eu vivia diariamente entre esses loucos, e parecia que o tempo se arrastava. Quando o sol nascia, eu só queria que a noite chegasse e, quando a noite caía, eu só queria que o dia amanhecesse. No meio da noite, pensava em quando me reunia e desempenhava meus deveres com meus irmãos. Às vezes, até sonhava estar com eles, mas, ao acordar, via que ainda estava trancada no hospital psiquiátrico e desejava não ter acordado desses sonhos. Um dia, o diretor estava caminhando no pátio e eu lhe perguntei: “Quando posso ir embora?”. Ele disse com rispidez: “Quem mandou crer em Deus? Você crê em Deus, e o governo é contra isso. Ficou louca!”. Não respondi a ele diretamente. Só queria saber quanto tempo ficaria presa, então perguntei outra vez. O diretor apontou o dedo para mim com raiva e me ameaçou: “Se voltar a fazer essa pergunta, vou mantê-la presa por dois anos!”. Ao ouvi-lo dizer que eu havia enlouquecido e que me prenderia por dois anos, fiquei ainda mais arrasada. Não queria ficar ali nem mais um dia, então como conseguiria suportar dois anos? Se as coisas continuassem daquele jeito, mesmo que eu não enlouquecesse, eles me torturariam a ponto de eu perder o juízo, e eu não seria mais capaz de crer em Deus. Então, não seria meu fim? Eu estava desesperada, então clamei a Deus, contando a Ele sobre meu estado e minhas dificuldades. Mais tarde, pensei no profeta Jeremias proclamando a vontade de Deus. O rei não disse que ele havia enlouquecido? As pessoas não disseram que Noé tinha ficado louco quando construiu a arca? E muitos outros crentes e adoradores sinceros de Deus, os diabos não diziam que haviam enlouquecido por crerem Nele? Somente os diabos falariam palavras tão diabólicas! Então pensei em Noé, que, depois de ouvir a palavra de Deus, passou mais de 100 anos construindo a arca, suportando a calúnia e o deboche do mundo. Mas ele nunca reclamou nem foi influenciado pelas pessoas do mundo, e terminou de construir a arca como Deus ordenou e completou a comissão Dele. Mas, quando ouvi o diretor dizer que eu havia enlouquecido e que me prenderia por dois anos, fiquei negativa e angustiada. Será que eu não estava sendo absolutamente fraca e caindo na armadilha de Satanás? Pensando nessas coisas, não me senti mais tão mal e parei de pensar em escapar dessa situação. Não importava quanto tempo eles me mantivessem presa ou o que acontecesse comigo, eu me submeteria a essa situação e a experienciaria sem reclamar.

Três meses depois, meu marido me procurou e disse: “Os policiais disseram que, desde que assine uma declaração dizendo que não crê em Deus, você pode sair a qualquer momento”. Ele, então, me perguntou: “Você vai sair e trabalhar comigo ou vai continuar crendo em Deus?”. Agindo conforme ele indicou, eu disse: “Vou sair e trabalhar com você”. Mas eu tinha medo de que me forçassem a assinar uma declaração de renúncia a Deus, e que, se eu a assinasse e O traísse, ficaria com uma mácula permanente e seria detestada e rejeitada por Ele. Não importava o que acontecesse, eu não poderia assinar essa declaração. Mas eu realmente queria sair daquele lugar infernal, então orei a Deus: “Deus, meu marido está me forçando a assinar uma declaração e eu não quero traí-Lo. Mas sou fraca e impotente, e realmente quero sair deste lugar infernal. Estou muito preocupada que eles me mantenham presa. Deus, acredito que tudo está em Tuas mãos e que se vou poder sair ou não também está em Tuas mãos. Estou disposta a levantar os olhos para Ti e confiar em Ti, e oro para que me guies e abras uma saída para mim”. Durante esse período, eu levava essa questão a Deus em oração diariamente. Alguns dias depois, enquanto eu estava comendo, o diretor me disse de repente: “Arrume suas coisas e vá para casa”. Ele não me pediu para assinar a declaração. Eu fiquei muito feliz e sabia que Deus tinha ouvido minha oração. Ele sabia que eu era muito pequena em estatura e teve misericórdia de mim, abrindo-me uma saída, e não parei de agradecer a Ele no coração!

Depois que saí do hospital psiquiátrico, meu marido, com receio de que eu voltasse a crer em Deus, mandou-me para a casa dos meus pais e pediu que minha mãe e meu irmão ficassem de olho em mim. Quando viu que eles não conseguiam me impedir, ele me obrigou a ir trabalhar com ele fora da cidade. Como me recusei, ele se irritou, dizendo: “Você não quer vir comigo porque quer encontrar outros crentes, certo? A medicação não está mais surtindo efeito? Um dia desses, eu vou mandá-la de volta para o hospital psiquiátrico e farei com que fique de fato louca!”. Ao ouvir meu marido dizer isso, senti-me absolutamente desesperada e infeliz. Nunca pensei que ele fosse tão insensível a ponto de realmente dizer essas coisas. Não pude deixar de pensar nas palavras de Deus: “Hoje em dia, aqueles que buscam e os que não buscam são dois tipos totalmente diferentes de pessoas, cujas destinações também são muito diferentes. Os que buscam o conhecimento da verdade e praticam a verdade são aqueles aos quais Deus trará salvação. Os que não conhecem o caminho verdadeiro são demônios e inimigos; eles são os descendentes do arcanjo e serão objetos da destruição. Mesmo aqueles que são crentes piedosos num Deus vago — eles também não são demônios? As pessoas que possuem uma boa consciência, mas não aceitam o caminho verdadeiro, são demônios; a essência delas é a de resistência a Deus. Aqueles que não aceitam o caminho verdadeiro são os que resistem a Deus, e mesmo que tais pessoas suportem muitas adversidades, ainda assim, serão destruídas. Todos os que não estão dispostos a renunciar ao mundo, que não conseguem suportar separar-se de seus pais e que não conseguem suportar se livrar dos próprios prazeres da carne são todos rebeldes para com Deus, e todos serão objetos da destruição. Qualquer um que não acredite em Deus encarnado é demoníaco e, mais ainda, será destruído(A Palavra, vol. 1: A aparição e a obra de Deus, “Deus e o homem entrarão em descanso juntos”). Meu marido acreditava nos rumores infundados do PC Chinês e incitava meus parentes a me atacarem e me perseguirem. Ele chegou até a se aliar à polícia para me enviar a um hospital psiquiátrico, onde fui tratada como louca. Ele não se importava se eu iria viver ou morrer. Agora estava me forçando a trabalhar com ele, tentando fazer com que me afastasse de Deus e O traísse; caso contrário, ameaçava me mandar de volta para o hospital psiquiátrico e me fazer enlouquecer de verdade. Meu marido não se importava com todos os nossos anos de casamento e recorria a qualquer artifício que pudesse me impedir de crer em Deus. Sua essência é de ódio a Deus. Ele é um diabo e um inimigo de Deus. Estávamos casados havia quatorze anos e, antes de encontrar a Deus, eu me esforçava incansavelmente, cuidando da família e dos filhos, e ganhando dinheiro para sustentar a família. Naquela época, meu marido via que eu desempenhava um papel importante na família e cuidava bem de mim, mas, agora que eu havia encontrado a Deus, ele temia que eu fosse presa e não pudesse mais trabalhar e sustentar a família, e isso interferia em seus interesses. Assim, usou artifícios maliciosos repetidas vezes para tentar me perseguir, causando grandes danos ao meu corpo e à minha mente. Ficou claro para mim que ele nunca me amou de verdade e estava apenas me usando. Meu marido acreditava nas palavras diabólicas do PC Chinês e estava seguindo o partido, enquanto eu acreditava em Deus e queria buscar a verdade e desempenhar meu dever. Nossas sendas eram completamente diferentes. Éramos pessoas totalmente diferentes e, mesmo que vivêssemos juntos, não falávamos a mesma língua. Eu queria me divorciar, mas também pensava: “Meu filho ainda é muito jovem — o que acontecerá a ele se nos divorciarmos e eu for embora? Meu marido não vai me dar a casa, então como vou viver futuramente? Se não nos divorciarmos, ele vai me impedir de crer em Deus, então devo ir trabalhar com ele?”. Durante esse período, orei a Deus sobre essa dificuldade: “Deus, diante dessa situação, não sei que senda devo seguir. Por favor, guia-me e dá-me determinação para suportar o sofrimento”.

Um dia, ouvi um hino com as palavras de Deus: “Agora é a hora em que Meu Espírito realiza grande obra, e a hora em que começo Minha obra entre as nações gentias. Mais ainda, é a hora em que classifico todos os seres criados, colocando cada um em sua respectiva categoria, para que Minha obra possa avançar mais rapidamente e seja mais capaz de alcançar resultados. E assim, o que peço de vocês ainda é que ofereçam toda a plenitude do seu ser para toda a Minha obra e, ainda mais, que você discirna claramente e veja com acurácia toda a obra que realizei em você e despenda todo o seu esforço na Minha obra, para que ela possa alcançar resultados melhores. É isso que você precisa entender. Desistam de lutar entre si, de procurar uma saída ou de buscar conforto para a sua carne, para evitar atrasar a Minha obra e atrasar seu maravilhoso futuro. Longe de o proteger, agir assim só poderia trazer destruição sobre você. Isso não seria tolice sua? Aquilo que você desfruta avidamente hoje é a mesma coisa que está arruinando seu futuro, enquanto a dor que você suporta hoje é a mesma coisa que está protegendo você. Você deve estar claramente ciente dessas coisas, de modo a evitar ser vítima de tentações das quais você terá dificuldade de se livrar, e evitar cair no denso nevoeiro e ser incapaz de encontrar o sol. Quando a névoa densa desaparecer, você se encontrará em meio ao julgamento do grande dia(A Palavra, vol. 1: A aparição e a obra de Deus, “A obra de difundir o evangelho é também a obra de salvar o homem”). As palavras de Deus me inspiraram, deram-me coragem e uma senda de prática. Eu não podia ir trabalhar com meu marido em outro lugar só porque me preocupava com meu filho e cobiçava conforto físico, pois, se fizesse isso, não conseguiria ir às reuniões nem desempenhar meu dever e me afastaria de Deus, perdendo a oportunidade de ser salva. Se eu fizesse isso, me arrependeria mais tarde. Lembrei que a sina de todos está sob a soberania de Deus, e que a sina do meu filho também está. A vida que ele viverá e o sofrimento que enfrentará já foram preordenados por Deus, e minhas preocupações e inquietações eram desnecessárias. Mesmo que eu estivesse ao lado dele, não poderia ajudá-lo quando ele estivesse sofrendo. Também pensei em como o futuro de minha vida estava nas mãos de Deus. Pensando nisso, tive fé para enfrentar essa situação.

Em fevereiro de 2014, comecei a desempenhar meu dever na igreja novamente. Um dia, meu marido me convidou para viajar com ele, mas eu me recusei, e ele disse: “Se não vier comigo, esta casa não será mais sua o lugar que você ocupa no carro será de outra mulher”. Ele pretendia se divorciar de mim. Eu estava com o coração partido e furiosa, e sabia que era hora de fazer uma escolha. Mas, quando pensei em abrir mão de tudo o que havia em nossa casa para ele, simplesmente não consegui suportar, então orei a Deus, pedindo que Ele me guiasse. Naquele momento, as últimas palavras Dele foram liberadas. Eu li essas palavras de Deus: “Se você deseja crer em Deus e deseja ganhar a Deus e ganhar Sua satisfação, então, a não ser que você suporte certo grau de dor ou faça certo esforço, você não será capaz de alcançar essas coisas. Vocês ouviram muita pregação, mas simplesmente ter ouvido isso não significa que esse sermão seja seu; você deve absorvê-lo e transformá-lo em algo que pertence a você. Você deve assimilá-lo em sua vida e trazê-lo à sua existência, permitindo que essas palavras e essa pregação guiem o caminho no qual você vive e tragam valor e sentido existenciais para sua vida. Quando isso acontecer, o fato de ouvir essas palavras terá valido a pena. Se as palavras que Eu falo não causam nenhuma mudança positiva em sua vida nem acrescentam valor para sua existência, não faz sentido você escutá-las. Vocês entendem isso, certo? Tendo entendido isso, o que acontece em seguida depende de vocês. Vocês devem começar a trabalhar! Vocês devem ser sinceros em todas as coisas! Não fiquem confusos — o tempo está voando! A maioria de vocês já crê em Deus há mais de uma década. Olhem para trás, para esses mais de dez anos: quanto vocês ganharam? E quantas décadas ainda lhes restam nesta vida? Vocês não têm muito tempo. Esqueça se a obra de Deus espera por você, se Ele lhe deu uma chance, se Ele fará a mesma obra novamente — não fale dessas coisas. Você pode reverter o curso dos últimos dez anos de sua vida? Com cada dia que passa e com cada passo que você dá, você tem um dia a menos. O tempo não espera por ninguém! Você deve tratar crer em Deus como a coisa mais significativa da sua vida, mais importante ainda do que comida, roupas ou qualquer outra coisa — desse jeito, você colherá resultados. Se você só acreditar quando tiver tempo e for incapaz de dedicar toda sua atenção à fé, se você estiver sempre confuso em sua fé, você não ganhará nada(A Palavra, vol. 2: Sobre conhecer a Deus, “O Próprio Deus, o Único X”). Pelas palavras de Deus, senti Sua intenção urgente. Deus espera que possamos deixar de lado os prazeres carnais, entregar nosso coração a Ele e cumprir nossos deveres como seres criados. Somente assim a vida tem significado. Pensando bem, embora eu cresse em Deus havia muitos anos, não conseguia participar das reuniões ou desempenhar meus deveres normalmente devido à perseguição de meu marido, e, embora comesse e bebesse as palavras de Deus, estava apenas agindo sem me envolver e não era sincera em minha fé. Nunca tratei a crença em Deus como a coisa mais importante da vida e perdi muitas oportunidades de ganhar a verdade. Como eu ainda era jovem, precisava valorizar o tempo precioso para buscar e ganhar a verdade. Se continuasse a buscar a satisfação da carne e cresse em Deus de uma forma confusa como antes, acabaria sem nada. Eu não poderia continuar como estava, com os pés em dois barcos diferentes, tentando manter a família e a carne e, ao mesmo tempo, querendo ganhar a verdade e a salvação. Eu tinha que tratar a crença em Deus como a coisa mais importante a buscar, pois, somente ganhando a verdade, a vida tem significado. Um dia, quando voltava de uma reunião, meu marido me perguntou: “Você vai continuar crendo em Deus? Se for esse o caso, saia desta casa e não volte nunca mais! E nem pense que vai ficar com nosso filho ou com a casa!”. Quando ouvi meu marido dizer que não me entregaria meu filho nem a casa, senti como se minha carne estivesse sendo arrancada. Foi tão doloroso! Orei em silêncio a Deus, pedindo-Lhe que me guiasse ao experienciar essa situação, para que eu não caísse nos truques de Satanás. Com calma, disse ao meu marido: “Se é assim que se sente, devemos nos divorciar e seguir caminhos separados”. No dia seguinte, fomos ao cartório para tratar dos trâmites do divórcio e, quando saí dali, senti-me verdadeiramente liberta. Por fim, estava livre para crer em Deus e desempenhar meus deveres.

Mais tarde, li mais das palavras de Deus: “Ancestrais dos antigos? Líderes adorados? Todos eles se opõem a Deus! Sua interferência deixou tudo que está debaixo do céu em estado de escuridão e caos! Liberdade religiosa? Direitos e interesses legítimos dos cidadãos? São todos truques para encobrir o mal! […] Por que erguer um obstáculo tão impenetrável para a obra de Deus? Por que usar diversas trapaças para enganar o povo comum de Deus? Onde estão a verdadeira liberdade e os direitos e interesses legítimos? Onde está a justiça? Onde está o conforto? Onde está o calor? Por que usar esquemas enganosos para ludibriar o povo comum de Deus? Por que usar força para suprimir a vinda de Deus? Por que não permitir que Deus circule livremente pela terra que Ele criou? Por que perseguir a Deus até que Ele não tenha mais onde descansar a Sua cabeça?(A Palavra, vol. 1: A aparição e a obra de Deus, “Obra e entrada (8)”). A exposição de Deus é precisa. O PC Chinês é o demônio que resiste a Deus. O céu, a terra e todas as coisas foram criadas por Deus, e é Ele quem tem provido e guiado a humanidade até hoje. Mas o PC Chinês não somente não O adora, como também O considera um inimigo, impedindo as pessoas de crerem Nele, usando todos os tipos de rumores infundados e palavras diabólicas para enganar e desorientar as massas ignorantes, de modo que se juntem a ele, obstruindo a fé das pessoas e resistindo à obra de Deus. Meu marido acreditou nos rumores e nas palavras diabólicas do PC Chinês e tentou, por todos os meios possíveis, perseguir-me por causa da minha fé. Ele se aliou ao PC Chinês para me mandar a um hospital psiquiátrico, onde usaram drogas para me torturar, esperando que eu desistisse completamente de minha fé e me desviasse do caminho verdadeiro. Entretanto, a trama do PC Chinês não só falhou, como, em vez disso, permitiu que eu visse com clareza sua face hedionda e sua essência perversa de resistir a Deus e ser inimigo Dele; assim, pude odiá-lo e amaldiçoá-lo do fundo do meu coração. Ao mesmo tempo, ao experienciar essas situações dolorosas, minha fé em Deus aumentou.

Pensando em como orei a Deus e Ele fortaleceu minha fé, quando eu estava fraca e consumida pela dor, e Suas palavras me guiaram durante aqueles dias de agonia, senti que Ele sempre esteve ao meu lado e nunca me abandonou. Embora eu tenha sofrido algumas dificuldades ao experienciar essas situações, foi por meio dessas dificuldades que passei a ver com clareza a essência do meu marido e do PC Chinês, e não fiquei mais tão confusa, fraca e incapaz de distinguir o certo do errado como antes. A tortura desses demônios fez com que minha determinação de seguir a Deus ficasse ainda mais firme, e senti que sofrer tal dor era significativo e que essas eram coisas que eu não poderia ter obtido num ambiente confortável. Graças a Deus!

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